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Veja quais palavras podem entrar oficialmente para o vocabulário da língua portuguesa
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Veja quais palavras podem entrar oficialmente para o vocabulário da língua portuguesa

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Aventuras Na História
14/07/2025 19h00
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Com o avanço das tecnologias, transformações sociais e culturais, novas palavras emergem constantemente na língua portuguesa. Muitas dessas expressões têm origem em outros idiomas, mas ao serem incorporadas, adquirem novos significados.

Um exemplo recente de termos ainda não reconhecidos oficialmente pelo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp) são "disania", "terrir" e "pejotização".

O primeiro refere-se à dificuldade extrema de sair da cama pela manhã; o segundo descreve um gênero cinematográfico que mescla terror e humor; e o terceiro refere-se à prática de contratação de trabalhadores como pessoas jurídicas. Essas palavras aguardam a decisão dos lexicógrafos da Academia Brasileira de Letras (ABL) para serem oficialmente integradas ao idioma.

Novas palavras

A ABL, em colaboração com especialistas, realiza um processo rigoroso para a inclusão de novas palavras no Volp. Ricardo Cavalieri, coordenador da Comissão de Lexicografia da ABL, Cassiano Sydow Quilici, lexicólogo da PUC, e Marcelo Módolo, linguista da Universidade de São Paulo, foram consultados pelo g1 para esclarecer como esse processo se desenvolve.

O Volp é o documento que define a grafia correta das palavras na norma padrão do português brasileiro e possui força de lei.

Diferente de dicionários como Houaiss ou Aurélio, que apresentam uma abordagem descritiva incluindo gírias e expressões do cotidiano, o Volp foca na forma culta da língua.

Cavalieri enfatiza ao g1 que o Volp não introduz novos termos ao léxico nem atua como censor; sua função é registrar palavras já criadas pelos falantes. Para um termo ser aceito no Volp, ele deve apresentar alguns critérios: precisa estar presente em textos escritos variados, ter uso contínuo e estável em diferentes contextos e passar por adaptações ortográficas quando necessário.

Atualmente, a ABL mantém um Observatório Lexical que serve como uma "sala de espera" para palavras sugeridas por leitores e profissionais. Este espaço analisa se as novas expressões estão se consolidando ou se são apenas modismos passageiros. Não há um prazo definido para a decisão sobre a incorporação dos termos ao vocabulário oficial; cada palavra tem seu próprio tempo até se firmar.

Além de "disania", "terrir" e "pejotização", outras palavras estão sendo avaliadas pela ABL. Termos como "cordonel", "microssono", "reclínio", "retrofitagem" e "tokenização" também aguardam uma decisão sobre sua inclusão no vocabulário oficial. Por exemplo, "covid-19" foi rapidamente aceita devido à necessidade generalizada de comunicação durante a pandemia.

Os especialistas apontam que a linguagem é dinâmica e continua a evoluir em resposta às inovações tecnológicas, discussões sociais contemporâneas e influências de línguas estrangeiras. Assim, surgem novas palavras para atender às demandas comunicativas atuais.

Entre os fenômenos associados à expansão do vocabulário estão os empréstimos linguísticos — frequentemente ligados à introdução de novas tecnologias — e a criação de neologismos em áreas técnicas especializadas.

Os linguistas observam que esses processos muitas vezes resultam em adaptações ortográficas ou fonéticas ao se incorporarem ao português. A linguagem é viva e reflete as mudanças na sociedade; por isso, novas palavras continuarão a surgir conforme as necessidades comunicativas evoluem.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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