Novo parque em São Paulo tem como objetivo proteger a Mata Atlântica
Bons Fluidos

A paisagem natural entre Cotia e Ibiúna ganhou um novo capítulo em sua história ambiental. O Governo de São Paulo anunciou a criação do Parque Estadual do Morro Grande, convertendo a antiga reserva florestal em uma Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral. A categoria é exclusiva à preservação da natureza e ao uso indireto dos recursos naturais. A mudança marca um avanço importante para a proteção da Mata Atlântica e reforça o papel estratégico da região na segurança hídrica da Grande São Paulo.
Um passo decisivo para a preservação da Mata Atlântica
O novo parque será administrado pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), por meio da Fundação Florestal. Agora, passa a integrar o conjunto de áreas protegidas do Estado. Com mais de 10 mil hectares de vegetação nativa, o Morro Grande é essencial para a manutenção das nascentes e cabeceiras do rio Cotia. Ele, por sua vez é um dos sistemas responsáveis pelo abastecimento de água para mais de 400 mil pessoas da Região Metropolitana de São Paulo.
A criação da UC foi formalizada durante o Summit Agenda SP + Verde, no Parque Villa-Lobos. “Esse parque é super importante […], no final das contas a gente está falando de proteção dos mananciais, proteção de nascentes que beneficiam mais de 400 mil pessoas da região Metropolitana de São Paulo. Então, eu tenho certeza de que é um passo muito importante”, declarou o governador Tarcísio de Freitas.
O que muda com a nova classificação
Como Unidade de Conservação de Proteção Integral, o parque terá regras mais rígidas para o uso do território. Não permite-se a extração de recursos naturais, e atividades humanas limitam-se a: pesquisas científicas; ações de educação ambiental; e visitação ecológica conduzida por monitores. A expectativa é que o parque abra para visitas guiadas no primeiro semestre de 2026. Isso amplia o acesso da população ao conhecimento ambiental sem comprometer a integridade da área.
Um gigante verde na Região Metropolitana
A dimensão do novo parque impressiona. São 10.870 hectares, o equivalente a cerca de 10 mil campos de futebol e 60 vezes o tamanho do Parque Ibirapuera. Estima-se que 87% da área seja coberta por mata nativa – uma das maiores extensões contínuas de Mata Atlântica protegida na região. O Parque abriga importantes nascentes e riachos que alimentam reservatórios como a Represa da Graça e a Represa Pedro Beicht, fundamentais para o sistema hídrico que atende centenas de milhares de moradores.
A biodiversidade do Morro Grande é um dos pontos altos da nova UC. A floresta concentra cerca de 290 espécies de árvores nativas; aproximadamente 198 espécies de aves; uma grande variedade de mamíferos; e uma comunidade relevante de aranhas-orbitelares (Família Araneidae), reconhecidas por indicarem ambientes de alta qualidade ecológica. A presença dessas espécies reforça o valor ecológico da região e a necessidade de medidas permanentes de conservação.
Preservação para o presente e para o futuro
A criação do Parque Estadual do Morro Grande fortalece a proteção de um dos últimos grandes remanescentes da Mata Atlântica na Grande São Paulo. Além de garantir a conservação da biodiversidade, o parque desempenha papel crucial no equilíbrio climático, na produção de água e na manutenção dos serviços ecossistêmicos que sustentam a vida nas cidades.