Advogada acusada de mandar matar clientes, foi ao velório do casal

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A prisão dos advogados Fernanda Morales Teixeira Barroso e Hércules Praça Barroso nesta terça-feira (17), em São Carlos (SP), trouxe novos desdobramentos sobre o assassinato dos empresários José Eduardo Ometto Pavan e Rosana Ferrari, ocorrido em abril deste ano. Segundo o irmão de Rosana, Fernanda esteve presente no velório das vítimas. "Ela veio me procurando, mas não cheguei a conversar com ela", contou o familiar, que preferiu não se identificar. A advogada também teria tentado acessar a empresa de Rosana dias antes da apreensão de HDs pela polícia. “Minha funcionária disse: ‘Não posso abrir lá’. Na semana seguinte, a delegada apareceu e começou a investigação”, relatou o parente.
A Polícia Civil acredita que o casal de advogados arquitetou o crime para obter bens das vítimas, que não tinham filhos e cujos pais também já haviam falecido. “Imaginamos que eles arquitetaram o crime para se apossar de forma definitiva dos bens das vítimas”, afirmou a delegada Juliana Ricci. A investigação aponta que os suspeitos falsificaram documentos, criaram comprovantes fictícios e até simularam uma ação judicial para ludibriar o casal e se apropriar de cerca de R\$ 12 milhões em imóveis e mais de R\$ 2,8 milhões em valores processuais falsos.
Além dos advogados, também foram presos os dois executores do crime: Carlos César Lopes de Oliveira, conhecido como Cesão, e Ednaldo José Vieira, apelidado de Índio. As prisões foram realizadas durante a operação “Jogo Duplo”, conduzida pelo Deic de Piracicaba. O grupo responderá por homicídio qualificado, associação criminosa, estelionato, falsidade ideológica, uso de documento falso e ocultação de cadáver.
A defesa do casal de advogados nega o envolvimento no crime. Segundo o advogado Reginaldo Silveira, as provas são frágeis e a relação entre eles e as vítimas era exclusivamente profissional. “Honorários eram pagos com imóveis, não em dinheiro. Vamos provar que era apenas uma relação de cliente e advogado”, alegou.


