Falta de privacidade e ataques! Vizinha de Bolsonaro faz revelações: 'Agredida'
Contigo!

Uma vizinha do ex-presidente Jair Bolsonaro, que usa o pseudônimo Érica Pessoa, enviou um relato à coluna de Matheus Leitão, da Veja. A moradora próxima do político, que foi condenado por trama golpista, fez revelações e expôs situações desagradáveis no condomínio de luxo.
“Hoje começou, às 9h da manhã, o julgamento do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. Moro há 20 anos no Condominio Solar de Brasilia no Jardim Botânico, o mesmo do réu e ex-presidente. Ironia do destino ou não, não importa, moro na casa vizinha do vizinho de trás do Messias; o que há cinco dias faz da minha casa alvo de vigilância 24h pela polícia. Minhas idas e vindas estão sendo monitoradas, o que a princípio, não é um problema, já que não devo nada a ninguém e não vou ajudá-lo a fugir”, iniciou ela.
Érica ressaltou seu receio de estar sendo grampeada e falou da falta de privacidade devido o monitoramento dos policiais. “A polícia agora suspeita que Bolsonaro pule no meu jardim para uma tentativa de fuga; já eu duvido muito que ele se prestaria a fazer esse le parkour radical na sua idade, mas, no desespero, e o dele não é pouco, tudo é possível. Minha mente, então, super criativa, começa a trabalhar: eu devo estar sendo grampeada! E quando olho para o meu portão percebo que o carro preto que havia dormido na minha porta de quinta para sexta era a polícia. Portanto, naquele exato momento policiais poderiam estar me olhando. Até aí tudo bem, é o trabalho deles. Mas só de pensar que posso estar sendo grampeada, que as besteiras monumentais que falo durante o dia podem estar sendo ouvidas, me dá arrepios”, relatou.
“Minha intimidade agora está em xeque. Mate? O que a gente conversa com os outros, o cotidiano com o meu filho e, minha vida amorosa, principalmente, deveriam residir no território do sagrado. Andar de biquini pelo quintal e molhar minhas plantas descabelada, chamar um uber e depois ouvir o motorista relatando que se sentiu acuado com tantos homens (no caso quatro) olhando para dentro do seu carro, e eu, tendo que explicar o porquê; ter fototojornalista querendo entrar no condomínio usando o meu endereço (até quero ajudar, mas nessas horas penso que o condomínio pode me multar e desisto). Já pedi para os meus amigos policiais mudarem a posição do carro porque está atrapalhado minhas saídas, explico para eles que, às vezes, quando estou com muita pressa posso, manobrando, bater no carro deles; ah, já perguntei também até quando eles ficam, ao que me responderam: “não sabemos”. Essa é a minha rotina agora, entrar e sair de casa dando tchauzinho para homens que ficam com os vidros fechados dentro de carros pretos no calor escaldante. Confesso que tenho pena, porque não tem nenhuma árvore com sombra; às vezes tenho raiva”, disparou.
Atacada por manifestantes
A vizinha de Jair Bolsonaro contou que foi atacada por manifestantes. “Domingo passado, saindo da academia, fui agredida verbalmente por militantes que estavam fazendo manifestação na porta do condomínio. Parei para comprar um frango assado da Ju, morta de fome depois de um treino. A Ju ficou “famosa” porque o ex-presidente antes da prisão domiciliar amava comprar o seu frango assado, e ele é bom mesmo. E lá estava eu, esperando meu pedido na fila, atrás de quatro cidadãos manifestantes. Estava quieta, meio aturdida com o sol e com o barulho de cornetas, gritos, uns esperneios histéricos sem nenhuma lógica, até porque razão nunca foi o forte desse pessoal. (…) Ouvi um deles falando para a Ju que o frango dela poderia ser envenenado com o intuito de matar Bolsonaro. Foi um choque ouvir tanta baboseira, tanto ódio e o pior: pensar que eles realmente acreditam nesse universo de fake news messiânica, bem como num suposto perigo “comunista”, disse.
“Fui chamada de comunista (fiquei na dúvida, e toda a história geopolítica que conheço passou como um flash, para eu me decidir se isso era uma elogio ou não, aos 16 frequentava o movimento estudantil, era a minha balada da época), depois gritaram também “vade retro satanás” (descobri que o termo vem do latim). Tudo porque falei que achava um absurdo gente que, em pleno 2025, apoia: ditadura militar (logo tortura e assassinato), misoginia (que eles nem sabem o que é), machismo, homofobia, armas de fogo dentro de casa, whatever. O 8 de janeiro foi a gota d’água, quando perguntei como eles iam explicar aquele surto e depredação do patrimônio público, falaram que os petistas já tinham quebrado tudo quando eles chegaram lá. Eu não consegui esconder minha cara de susto e falei para eles: “em que mundo paralelo vocês vivem?”, realmente gostaria de saber. Fanatismo religioso justifica delírios como esses?”, declarou.