Vizinhos de Hytalo Santos denunciaram festas com álcool e topless de adolescentes, diz MP

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) conduz uma investigação contra o influenciador Hytalo Santos, morador de um condomínio em Bayeux, na Região Metropolitana de João Pessoa, após denúncias de que menores de idade teriam participado de festas com bebidas alcoólicas e feito topless no local. Segundo a promotora Ana Maria França, responsável por parte do inquérito, as denúncias partiram de vizinhos e resultaram na abertura das apurações no fim de 2024. "Até tarde da noite havia muitos eventos atrapalhando o sono dos condôminos, transitar dentro do condomínio com adolescentes fazendo topless na moto para exibir tatuagem nas costas, festas regadas com bebidas alcoólicas. Então, foi a partir daí que começou nossa apuração", afirmou.

A Justiça atendeu ao pedido do MP e determinou o bloqueio das contas do influenciador nas redes sociais, proibindo-o ainda de manter contato com os adolescentes citados. Além disso, determinou que todos os conteúdos publicados por ele sejam desmonetizados.

O MP informou que Hytalo Santos foi ouvido em Bayeux no dia 30 de maio de 2025, mas as vítimas não prestaram novo depoimento para evitar o que chamam de "revitimização". O promotor João Arlindo, da promotoria da capital, explicou que o influenciador também foi interrogado em outro processo semelhante e negou as acusações.

Desde 8 de agosto, o Instagram de Hytalo está fora do ar, após o humorista Felca denunciar suposta exploração de menores. Embora o MP não tenha sido o responsável inicial pela suspensão, solicitou que a medida fosse mantida e estendida para outras plataformas. Empresas como Google, responsável pelo YouTube, confirmaram medidas como desmonetização de vídeos e restrição de acesso apenas para maiores. O TikTok, por sua vez, informou que um perfil do influenciador foi banido em 2025, sendo a segunda remoção após outra conta ter sido derrubada em 2023.

Entre os nomes citados no caso está Kamylinha Santos, de 17 anos, que aparece com frequência nos vídeos de Hytalo e também teve sua conta desativada. A Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) do Ministério da Fazenda informou que o bloqueio ocorreu porque a jovem, menor de idade, fazia publicidade de casas de aposta. Ela é mencionada no vídeo de denúncia de Felca como exemplo de “adultização e sexualização de menores”. A adolescente começou a aparecer em vídeos de dança com Hytalo quando era criança e foi adotada por ele aos 12 anos.

O MP apura ainda se o influenciador oferecia benefícios a familiares de menores em troca de participação nos vídeos, como pagamento de aluguel, mensalidades escolares e entrega de celulares. "Há informes de que ele dava iPhones, alugava casa (para os familiares)...", disse o promotor João Arlindo, ressaltando que a ligação entre esses presentes e a emancipação de adolescentes é difícil de comprovar.

De acordo com a promotoria, cerca de 17 menores, todos emancipados, participaram de conteúdos produzidos por Hytalo Santos. A investigação também se estende aos pais, que podem ser responsabilizados por omissão caso seja confirmada a exposição indevida e os danos causados aos filhos. Para o MP, a análise busca entender se houve consentimento consciente ou se os responsáveis se beneficiaram diretamente das ações do influenciador. Enquanto o processo segue, Hytalo Santos e sua defesa permanecem em silêncio, sem responder aos questionamentos feitos pela imprensa.

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