Banco Central intensifica investigações sobre Contas-Bolsão
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O Banco Central do Brasil está intensificando as investigações sobre as chamadas "contas-bolsão", um esquema de transações financeiras que dificulta a identificação da origem dos recursos. Nesse tipo de conta, uma empresa financeira abre uma conta em um banco comercial em seu nome, por onde passam os valores dos clientes de forma não individualizada. Dessa maneira, as movimentações tornam-se mais difíceis de ser rastreadas, já que o banco apenas enxerga o CNPJ da empresa titular, não dos clientes envolvidos.
As "contas-bolsão" foram alvo da recente Operação Carbono Oculto, que investigou possíveis ligações entre empresas do setor de combustíveis e do mercado financeiro com atividades de lavagem de dinheiro ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Esse tipo de conta é utilizado com o intuito de ocultar a identificação de terceiros e burlar obrigações legais.
Segundo Izabela Correa, diretora de cidadania e supervisão de conduta do Banco Central, as instituições financeiras devem adotar critérios rigorosos para identificar possíveis irregularidades, podendo recorrer a informações de bases de dados públicas e privadas. A documentação relacionada às contas de depósito deve ser mantida disponível para o Banco Central por no mínimo 10 anos, a fim de facilitar processos de supervisão e investigação.
Diante das preocupações com possíveis atividades ilícitas ligadas às "contas-bolsão", o Banco Central avalia a adoção de medidas mais rigorosas para combater a utilização indevida dessas contas, como o congelamento de altos valores nelas depositados. A proposta de criação de uma equipe dedicada a investigar essas operações de forma contínua pode dar um salto significativo no combate a crimes financeiros em um curto prazo.
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