"Careca do INSS" desiste de depor e não comparece à CPMI

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura as fraudes bilionárias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) precisou cancelar o depoimento de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS". O depoimento estava agendado para às 16h desta segunda-feira (15), porém os advogados de Antunes comunicaram que ele não compareceria. Preso pela Polícia Federal na sexta-feira (12), o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu autorização para que ele não participasse da reunião marcada.

O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da comissão, expressou sua frustração com a ausência do investigado, considerado peça-chave em um esquema de desvios de recursos de aposentadorias e pensões do INSS. Viana afirmou que a oportunidade de ouvir um dos principais envolvidos no escândalo foi perdida, porém a comissão continuará seu trabalho em busca da verdade e para que os responsáveis sejam responsabilizados.

Antônio Carlos Camilo Antunes é apontado pela Polícia Federal como o facilitador das fraudes nas aposentadorias e pensões do INSS. Ele teria atuado como intermediário entre sindicatos, associações e os beneficiários dos valores indevidos. Estima-se que o "Careca do INSS" repassou um montante de R$ 53 milhões a servidores do Instituto, seus familiares e empresas ligadas a eles no período entre 2019 e 2024, segundo as investigações em curso.

Além de Antunes, o empresário Maurício Camisotti, também detido na sexta-feira sob suspeita de envolvimento nas fraudes, foi convidado a prestar depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, marcado para a próxima quinta-feira (18). A ação da Polícia Federal e a decisão do STF evidenciam a gravidade e a complexidade das investigações acerca das irregularidades no INSS, sinalizando a determinação das autoridades em esclarecer os fatos e punir os culpados.