Ex-diretor da PRF confirma que ministro mandou parar ônibus nas eleições de 2022

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O ex-diretor de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Djairlon Henrique Moura, confirmou em depoimento à Justiça nesta terça-feira (27) que recebeu ordens do Ministério da Justiça para realizar blitz em ônibus com destino à região Nordeste durante as eleições de 2022. Segundo Moura, a orientação era para fiscalizar se havia transporte irregular de eleitores e de dinheiro, e não para dificultar o acesso de eleitores às urnas, como sugere a acusação.
As testemunhas de defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres estão sendo ouvidas pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) desde esta terça-feira (27). A ação penal investiga uma suposta tentativa de golpe articulada pela cúpula da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Um servidor da PRF afirmou que recebeu de Djairlon a ordem para reforçar as abordagens em ônibus e vans durante as eleições de 2022, com a orientação de "tomar um lado" por determinação do diretor-geral da PRF.
Djairlon acrescentou que a Secretaria de Operações Integradas solicitou a operação em reunião no Ministério da Justiça, e que não houve direcionamento político na fiscalização dos ônibus. Ele relatou que o então ministro Anderson Torres pediu para que a Polícia Federal (PF) e a PRF se empenhassem ao máximo durante as eleições para prevenir crimes eleitorais, como transporte de valores e transporte irregular de eleitores. Estão previstos para esta semana os depoimentos de 25 testemunhas indicadas por Torres.
Denúncias graves foram feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) em 26 de março. A peça acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. A organização teria como líderes Bolsonaro e seu candidato a vice-presidente, Braga Netto, que teriam tentado coordenadamente impedir o cumprimento do resultado das eleições presidenciais de 2022. Os acusados foram divididos em núcleos pela PGR para a investigação.
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