Governo veta inclusão de canetas emagrecedoras no SUS
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O Governo Federal, por meio da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), decidiu não incluir as canetas emagrecedoras com semaglutida e liraglutida na rede pública de saúde devido ao alto custo para os cofres públicos. A deliberação ocorreu nesta quarta-feira, mantendo a recomendação de não incorporação feita em maio, quando a Conitec estimou um gasto mínimo de R$ 3,4 bilhões em cinco anos, podendo chegar a até R$ 7 bilhões. As canetas em questão, Ozempic e Wegovy, fabricadas pela Novo Nordisk, são utilizadas para o tratamento da obesidade. A decisão ressaltou a necessidade de acompanhamento especializado para os pacientes que fizerem uso desses medicamentos, o que dificultaria a adoção em larga escala no SUS.
A semaglutida, presente no Ozempic e no Wegovy, e a liraglutida, presente na Saxenda, foram analisadas pela Conitec para o tratamento da obesidade em pacientes sem diabetes e com diabetes tipo 2, respectivamente. O alto custo das canetas emagrecedoras foi apontado como o principal empecilho para sua incorporação na rede pública de saúde. A decisão de não inclusão foi tomada após uma consulta pública realizada em junho para debater o tema com a sociedade civil e profissionais de saúde.
Durante a cúpula dos Brics em julho, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, mencionou que as canetas emagrecedoras poderiam ser inclusas no SUS se houvesse comprovação de evidências científicas sobre seus benefícios para a população. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou recentemente um acordo com a farmacêutica EMS para a produção de versões próprias da semaglutida e liraglutida, visando custos menores para o governo. Contudo, o medicamento deve passar pela aprovação da Conitec antes de ser disponibilizado nos serviços públicos.
Atualmente, a semaglutida não está disponível em nenhum serviço público de saúde do Brasil, enquanto a liraglutida é utilizada em algumas localidades, como municípios de Goiás e do Espírito Santo, além do Distrito Federal. A prefeitura do Rio de Janeiro planeja iniciar o uso da semaglutida em 2026 para tratar pacientes com diabetes e obesidade. O SUS seguirá oferecendo a cirurgia bariátrica.
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