"Maligna e megalomaníaca", diz Nobel da Economia sobre tarifa de Trump ao Brasil

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O renomado economista americano Paul Krugman fez duras críticas às tarifas de 50% impostas por Donald Trump sobre as exportações brasileiras. Segundo Krugman, o presidente republicano não apresentou justificativas econômicas para a imposição da alíquota, classificando a ação como "maligna e megalomaníaca". O vencedor do Nobel de Economia em 2008 destacou que a carta enviada por Trump ao governo brasileiro evidencia a tentativa de punir o Brasil em função da situação política interna envolvendo o presidente Jair Bolsonaro.
Krugman ressaltou que Trump está usando as tarifas como instrumento para influenciar questões políticas no Brasil, visando apoiar o presidente Bolsonaro. O economista criticou a atitude do presidente americano, considerando-a como um novo capítulo na história do uso político do sistema de comércio global. Ele destacou que o Brasil não depende significativamente do mercado norte-americano, sendo as exportações para os EUA uma parcela relativamente pequena do Produto Interno Bruto (PIB) do país sul-americano.
Em sua publicação, intitulada "'Programa de Proteção a Ditadores de Trump", Krugman alertou para as consequências das tarifas de 50% sobre o Brasil, considerando que a atitude de Trump poderia ser motivo suficiente para um processo de impeachment em uma democracia funcional. O economista enfatizou que estamos presenciando mais um passo negativo na "espiral de decadência" da nação.
Na carta enviada ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, Trump mencionou Jair Bolsonaro e criticou o julgamento do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF), caracterizando-o como uma "vergonha internacional". Em resposta, o presidente Lula destacou que o Brasil não aceitará tutela de nenhum outro país e que responderá à elevação unilateral de tarifas com base na Lei da Reciprocidade Econômica. A nova tarifa deve entrar em vigor em 1º de agosto, conforme anunciado por Trump.
Trump afirmou que a decisão de elevar as tarifas sobre as exportações brasileiras ocorreu em parte devido aos supostos ataques do Brasil em relação às eleições e à liberdade de expressão dos americanos. Contudo, dados históricos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) mostram que o relacionamento comercial entre Brasil e EUA tem sido favorável aos norte-americanos, com um saldo superavitário em trocas comerciais ao longo dos anos.
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