No 1º dia do julgamento, STF ouve denúncia de golpe, provas da PGR e reação das defesas

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O Supremo Tribunal Federal (STF) deu início nesta segunda-feira (2) ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete réus acusados de articular uma trama golpista contra a democracia entre 2022 e 2023. A sessão de abertura foi marcada pela leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, e pela apresentação da acusação feita pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.
Moraes destacou a independência da Corte e reafirmou que não haverá espaço para impunidade. Em sua sustentação, Gonet classificou a conspiração como “espantosa e tenebrosa”, apontando provas que envolvem reuniões de cunho golpista, tentativas de desacreditar as urnas eletrônicas, uso da Polícia Rodoviária Federal e da Abin para fins ilícitos e a ligação direta com os atos de 8 de janeiro de 2023. Segundo o procurador, Bolsonaro foi o principal beneficiário e líder do plano que visava instaurar uma ditadura no país.
Durante a tarde, os advogados dos réus iniciaram suas sustentações. A defesa de Mauro Cid reforçou a validade de sua delação premiada e negou que ele tivesse conhecimento de supostos planos de assassinato de autoridades. Alexandre Ramagem rejeitou a acusação de ter criado uma “Abin paralela”, alegando que apenas compilava informações para Bolsonaro. Já o almirante Almir Garnier negou que a Marinha tenha sido colocada à disposição de um golpe de Estado, enquanto Anderson Torres desqualificou a “minuta do golpe” encontrada pela Polícia Federal, chamando-a de “minuta do Google”.
O julgamento foi suspenso por volta das 17h55 e será retomado nesta quarta-feira (3), às 9h, com as defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro e de três generais: Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. Após essa etapa, os ministros do STF passarão à fase de votação. O processo terá ao todo oito sessões, distribuídas ao longo de setembro, e pode levar os acusados a penas superiores a 30 anos de prisão.
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