PF intima diretor da Abin por suspeita de espionagem contra o Paraguai

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A Polícia Federal está investigando a atual gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sob a liderança do diretor-geral Luiz Fernando Corrêa. Suspeita-se que a diretoria tenha ordenado a formatação de notebooks para apagar possíveis evidências sobre desvios de finalidade na agência. Um funcionário da Abin relatou à PF que Luiz Fernando teria autorizado uma ação de espionagem contra o Paraguai, que envolveu a invasão de computadores de autoridades paraguaias. A intimação para o depoimento do diretor da Abin está marcada para a próxima quinta-feira, e o ex-diretor adjunto Alessandro Moretti também foi convocado a prestar esclarecimentos de forma simultânea.
O inquérito da PF iniciou a partir de suspeitas sobre o uso inadequado de ferramentas de espionagem durante a gestão do ex-diretor Alexandre Ramagem, no governo de Jair Bolsonaro. No entanto, durante as investigações, surgiram indícios de irregularidades na gestão atual da Abin. Servidores da agência afirmaram à PF que, após avanço das investigações, foi emitida uma ordem para recolher e formatar todos os notebooks ao longo do ano passado. A justificativa oficial era para um maior controle do patrimônio e cessar o acesso remoto às ferramentas da agência. No entanto, não foi explicado o motivo da formatação das máquinas.
Juliano Rodrigues Ferreira, diretor de tecnologia da Abin, relatou em depoimento à PF que, apesar de ter ponderado que não era o momento adequado para a ação, recebeu a ordem da direção para prosseguir com a formatação dos notebooks. Houve ainda relatos de outro servidor, que afirmou que a direção decidiu entregar apenas cinco dos 15 computadores que utilizavam uma ferramenta investigada, chamada First Mile, à PF. Isso levantou preocupações sobre possíveis tentativas de dificultar o avanço do inquérito.


