Rascunho de acordo da COP30 é publicado sem menção a redução de combustíveis fosseis

Na madrugada desta sexta-feira (21), diversos rascunhos da Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30) foram divulgados, após a retomada dos trabalhos que haviam sido interrompidos pelo incêndio na Zona Azul durante a tarde de quinta-feira (20). Os drafts são versões intermediárias dos textos, criadas à medida que as discussões avançam. Um dos rascunhos mais aguardados era o do Mutirão Global, que visava abordar temas importantes excluídos da agenda oficial. No entanto, a nova versão do texto, intitulado "Decisão Mutirão", não faz menção ao mapa do caminho para o fim dos combustíveis fósseis, gerando frustração entre ambientalistas e países que apoiam essa transição.

O Mutirão Global tinha como objetivo incluir um roteiro para a transição para fontes de energia mais sustentáveis, porém, devido à resistência de alguns blocos de países, ele não foi incorporado na agenda oficial da COP30. Apoiado por aproximadamente 80 nações, incluindo Alemanha e Reino Unido, o mapa do caminho era uma demanda apresentada pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a Cúpula de Líderes que antecedeu a conferência. Apesar disso, na nova versão do rascunho, a ausência desse roteiro tem gerado críticas e preocupações, especialmente entre países vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas, como Ilhas Marshall e Vanuatu.

A falta de diretrizes claras para o abandono dos combustíveis fósseis também levou um grupo de países a enviar uma carta à presidência da COP30, expressando sua insatisfação com o documento. Na carta, países como Colômbia, Alemanha, Ilhas Marshall e Vanuatu afirmaram que não podem apoiar um resultado que não inclua um roteiro para uma transição justa e equitativa para longe dos combustíveis fósseis. A diretora executiva do Greenpeace Brasil, Carolina Pasquali, enfatizou a importância de garantir a inclusão do roteiro no resultado final da COP30, a fim de acelerar a transição para fontes energéticas mais limpas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

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