STF determina suspensão de inquérito contra moradores após operação no RJ
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu pela "suspensão imediata" do inquérito conduzido pela Polícia Civil do Rio de Janeiro envolvendo a remoção de corpos na mata após a operação nas favelas do Complexo do Alemão e da Penha, que resultou em mais de 100 mortos. Segundo a decisão, o delegado responsável pelo caso tem 48 horas para prestar informações. A Polícia Civil afirmou que a investigação não visa os familiares das vítimas, mas sim as ordens de líderes da facção criminosa para ocultar os vínculos dos mortos com a organização.
O chefe da Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, havia mencionado a intenção de apurar a retirada dos corpos, citando possíveis fraudes processuais e manipulação dos cadáveres expostos. Vídeos mostrariam os mortos vestidos com roupas camufladas e equipamentos de guerra, porém não foi explicado o motivo de permanecerem no local durante a noite. Além disso, Moraes também determinou que o governo do Rio preserve as imagens das câmeras corporais dos policiais e envie cópias dos laudos necroscópicos e relatórios policiais que indicavam os 51 réus alvo de mandados de prisão.
Em sua decisão, o ministro do STF solicitou ao Tribunal de Justiça do Rio a relação das pessoas detidas durante a operação, além dos resultados das audiências de custódia e dos mandados de busca e apreensão realizados. A Defensoria Pública do estado também foi instruída a informar se o acesso à prova e assistência às famílias das vítimas está sendo garantido. Moraes assumiu temporariamente a relatoria do caso com a aposentadoria de Luís Roberto Barroso e anunciou a abertura de um inquérito pela Polícia Federal relacionado aos esquemas de lavagem de dinheiro e à infiltração de organizações criminosas no poder público.
A presença constante do ministro do STF, Alexandre de Moraes, em diversos temas de grande repercussão no país tem gerado controvérsias e debates. Enquanto algumas entidades de direitos humanos solicitaram a suspensão do inquérito contra as famílias que retiraram os corpos na mata, críticas à suposta interferência nos trabalhos da polícia do Rio de Janeiro foram levantadas. O contexto da megaoperação no Rio de Janeiro reacendeu o debate em torno do papel do STF nas questões de segurança pública e investigações criminais.
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