Como se proteger dos golpes online mais comuns no Brasil

Anamaria






O número de brasileiros impactados por fraudes financeiras não para de crescer. Segundo um levantamento da TransUnion, 40% da população já foi alvo de tentativas de golpes por canais como e-mail, internet, telefone e mensagens de texto. E pior: 10% afirmaram ter caído nas armadilhas, com perdas médias de R$ 6.311.
Esse cenário não é exclusivo do Brasil. No mundo todo, 53% das pessoas relataram ter sido abordadas por esquemas fraudulentos nos últimos meses de 2024, embora quase metade delas (47%) não reconheça que foi vítima de alguma tentativa. Ou seja, muitos nem se dão conta de que os criminosos tentaram enganá-los.
Além disso, o estudo revelou que 29% dos entrevistados em 18 países sofreram prejuízos financeiros nos últimos 12 meses, o que reforça a urgência de falar sobre o tema. A média global de perda chega a R$ 10.683 por vítima. No Brasil, os consumidores têm se mostrado cada vez mais atentos, mas os golpistas também estão sofisticando suas estratégias.
O vishing e outras ameaças por trás dos golpes online
Entre os tipos de golpes online mais relatados está o chamado vishing, em que criminosos ligam para as vítimas fingindo ser representantes de empresas legítimas — como bancos, operadoras de celular ou planos de saúde — e solicitam dados sigilosos, como número de cartão de crédito, senhas e CPF.
O problema é que essas abordagens são cada vez mais convincentes. Wallace Massola, gerente de Prevenção à Fraude da TransUnion, explica à Carta Capital que a engenharia social por trás dessas ações visa justamente obter acesso privilegiado aos dados pessoais, permitindo que os criminosos cometam outras fraudes financeiras com mais facilidade.
Outro dado preocupante do relatório é o aumento de 11% nas tentativas de fraude digital em transações financeiras, na comparação entre 2023 e 2024. E o tipo de crime que mais cresceu foi a invasão de contas, com alta de 20%.

Como evitar a invasão de contas nas plataformas digitais
Os golpistas estão mudando de tática. Com os sistemas de detecção de transações suspeitas cada vez mais eficazes, os criminosos passaram a mirar diretamente o acesso às contas pessoais. A invasão de contas passou a ser o novo “foco” das fraudes, exigindo respostas mais sofisticadas das empresas.
Massola afirma que, para conter esse tipo de ameaça, é fundamental que as companhias invistam em soluções tecnológicas de autenticação, monitoramento e avaliação de risco. Mas o consumidor também pode — e deve — se proteger. Senhas fortes, autenticação em dois fatores e atenção a links suspeitos são cuidados indispensáveis no dia a dia digital.
O relatório também destaca que 40% dos brasileiros já desistiram de comprar ou contratar serviços pela internet por receio quanto à segurança de dados ou excesso de informações solicitadas.
A confiança digital como ferramenta contra os golpes online
Além da segurança, a experiência digital é essencial para garantir a confiança do consumidor. De acordo com o estudo, 59% dos entrevistados trocariam de empresa em busca de uma experiência mais segura. E 77% consideram a proteção dos dados pessoais um dos critérios mais importantes para fechar uma compra online.
Ambientes como comunidades virtuais, fóruns e sites de relacionamento estão entre os mais visados pelos criminosos. Só em 2024, a taxa de tentativas de fraude digital nesses espaços chegou a 15,2% no Brasil — a maior entre os segmentos analisados. Por isso, é essencial manter um olhar crítico ao interagir nesses locais.
Massola explica que os fraudadores criam perfis falsos, conquistam a confiança da vítima e, depois, fazem pedidos de dinheiro ou dados confidenciais, alegando alguma emergência. Esse tipo de golpe mexe com o emocional e pode causar grandes prejuízos financeiros — além de abalar a autoestima de quem foi enganado.
Resumo: Casos de fraudes financeiras, invasão de contas e golpes online vêm crescendo no Brasil e no mundo. Estratégias como o vishing, a criação de perfis falsos e o uso de engenharia social exigem atenção redobrada dos consumidores. Investir em boas práticas de segurança digital e manter-se informado é fundamental para não cair em armadilhas cada vez mais sofisticadas.


