Espécie rara de tubarão é encontrada em Sergipe e é estudada
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Recentemente, uma espécie rara de tubarão foi encontrado encalhado em Sergipe, e agora o animal está sendo estudado por cientistas brasileiros. Conhecido popularmente com "tubarão megaboca", o Megachasma pelagios é o único membro da família Megachasmidae, e só foi avistado 274 vezes em todo o mundo, a maioria delas no oceano Pacífico, sendo esta apenas a quarta vez que ele é visto no Brasil.
O espécime em questão se trata de um macho com 4,63 metros de comprimento, que encalhou na praia de Barra dos Coqueiros. Ele foi resgatado do local e levado ao Oceanário de Aracaju, no Museu da Fundação Projeto Tamar, onde passou a ser objeto de estudo.
Conforme descrito por Carlos Madeiro em reportagem ao UOL, o animal foi encontrado em um estado considerável de conservação, indicando que ele encalhou pouco tempo após morrer. Por isso, a descoberta é extremamente valiosa para os cientistas, visto que ele também é um dos maiores da espécie já encontrados no oceano Atlântico, e seu estado de preservação possibilita mais estudos para conhecer melhor o tubarão megaboca, bem como tentar descobrir a idade, a causa da morte e como o animal chegou no local em que foi encontrado.
O primeiro exemplar da espécie avistado no Brasil foi pescado nas águas oceânicas de São Paulo, em setembro de 1995, sendo apenas um macho jovem com 1,9 metro de comprimento. Depois, em julho de 2009, um macho adulto com 5,39 metros foi encontrado encalhado, já morto e em estado de decomposição avançado, em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro. O último avistamento por aqui se deu em setembro de 2018, com um de 1,7 metro encontrado boiando morto no litoral do Piauí, mas ele acabou sendo quase totalmente consumido por pescadores locais.
Tubarão megaboca
O tubarão megaboca recebe esse nome em referência, obviamente, ao tamanho de sua boca. Conforme explica o professor e pesquisador Cláudio Sampaio, do campus Penedo da Universidade Federal do Alagoas (UFAL), "ela é utilizada para capturar pequenos invertebrados, como camarões, medusas e peixes em águas profundas e afastadas da costa, sendo totalmente inofensivo para os seres humanos".
O que se sabe hoje sobre os hábitos deste tubarão é que, durante as noites, esses tubarões costumam sair do fundo do mar, indo para águas mais rasas, onde se alimentam de pequenos organismos. "Esses tubarões passam o dia em águas oceânicas, escuras e frias em até 1.500 metros de profundidade, fazendo uma migração vertical para águas rasas e mais quentes à noite, chegando a profundidades menores que 50 metros", acrescenta o pesquisador.
Vale mencionar também que essa espécie é um dos maiores peixes conhecidos hoje, com machos que medem entre 1,7 e 5,4 metros, enquanto as fêmeas são maiores, indo de 3,4 a 7,1 metros. O animal recém-encontrado ainda passa por estudos e, agora, está mergulhado em uma pequena piscina de formil, onde deve passar mais alguns meses antes de ficar pronto para ser exposto no Oceanário de Aracaju.
