Fóssil de 67,5 milhões de anos é encontrado em estacionamento de museu

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Uma recente descoberta no Museu de Natureza e Ciência de Denver, localizado nos Estados Unidos, surpreendeu a comunidade científica. Durante um projeto para implementar um sistema de energia geotérmica, em janeiro de 2025, os pesquisadores encontraram uma amostra de rocha sob o estacionamento do museu que continha uma vértebra de um dinossauro herbívoro, datada de aproximadamente 67,5 milhões de anos.
A amostra foi extraída a uma profundidade de 233 metros, dentro de uma camada geológica do Período Cretáceo Superior. Naquela época, a região onde hoje se encontra Denver era um ambiente tropical úmido, repleto de vegetação como palmeiras e pântanos. Os detalhes dessa importante descoberta foram publicados em um artigo na revista científica Rocky Mountain Geology, no dia 1° de junho.
A descoberta se deu durante um projeto sustentável do museu que visava estudar a viabilidade da energia geotérmica como alternativa ao gás natural para aquecimento e refrigeração do edifício. Entretanto, a equipe também aproveitou a oportunidade para realizar uma perfuração científica com o intuito de mapear as camadas geológicas locais. Foi através dessa iniciativa que os pesquisadores se depararam com o leito rochoso do final do Cretáceo e o fóssil que o acompanhava.
James Hagadorn, curador de geologia do museu e líder da investigação, fez uma analogia bem-humorada sobre a descoberta: "É basicamente como ganhar na loteria e ser atingido por um raio no mesmo dia". Ele ressaltou a improbabilidade de encontrar um osso de dinossauro em uma área tão específica onde iniciaram as perfurações.
A amostra do núcleo, um cilindro com apenas 6 cm de diâmetro, revelou-se uma parte da vértebra de um réptil herbívoro médio, possivelmente pertencente às espécies Thescelosaurus sp. ou Edmontosaurus sp, que eram comuns na região durante o período dos dinossauros.
Patrick O’Connor, diretor das Ciências da Terra e do Espaço do museu, destacou a singularidade desse achado. Ele afirmou que não é apenas raro encontrar fósseis durante projetos de perfuração, mas essa descoberta abre portas para colaborações científicas significativas.
A análise do fóssil foi conduzida pelo pesquisador pós-doutorado Holger Petermann e contou com o apoio dos membros do departamento de Ciências da Terra. O processo levou meses até que fosse confirmado que se tratava realmente de material biológico fossilizado.
A camada rochosa onde o fóssil foi encontrado remonta a um período em que Denver era caracterizada por ambientes tropicais diversos, apresentando registros desde margens fluviais até pântanos ricos em biodiversidade.
Bob Raynolds, colaborador da pesquisa com 35 anos de experiência no museu, expressou sua empolgação: "Nunca tivemos uma oportunidade de estudar as camadas geológicas profundas sob nossos pés com tanta precisão. O fato de este fóssil ter aparecido aqui é simplesmente mágico".
Ocorrência excepcional
A região metropolitana de Denver é conhecida por sua riqueza em fósseis; no entanto, encontrar um fóssil dentro de uma amostra tão estreita e em um ambiente urbano é uma ocorrência excepcional. Hagadorn observou que este pode ser o único osso de dinossauro já extraído dessa maneira no mundo disponível para exibição ao público.
A descoberta não só amplia as possibilidades sobre onde fósseis podem ser encontrados — incluindo contextos urbanos e subterrâneos — como também reflete a intenção da equipe do museu em continuar explorando essas áreas nos próximos anos. Enquanto isso, os visitantes podem observar o fragmento fossilizado em exibição temporária no museu, juntamente com outros itens notáveis da história paleontológica.


