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Ilha no Pacífico vive "apocalipse dos insetos"; entenda o fenômeno
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Ilha no Pacífico vive "apocalipse dos insetos"; entenda o fenômeno

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Aventuras Na História
17/09/2025 13h01
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O impacto humano no meio ambiente atinge até mesmo as espécies que habitam os locais mais remotos do planeta. Um estudo publicado em 11 de setembro na revista científica Science utilizou uma abordagem inovadora para documentar a significativa diminuição das populações de formigas nas ilhas Fiji, um arquipélago isolado no Pacífico Sul. Uma pesquisa de 2019 já havia apontado uma redução global de 2,5% na biomassa dos insetos anualmente, levando especialistas a preverem um possível “apocalipse dos insetos” nas próximas décadas.

O novo estudo foi conduzido por cientistas do Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa (OIST), que enfrentaram desafios consideráveis ao tentar rastrear as tendências populacionais dos insetos, dada a pequena dimensão desses organismos e a variedade de ambientes que habitam.

De acordo com a revista Galileu, para contornar essa dificuldade, os pesquisadores analisaram os genomas de diferentes espécies de formigas coletadas em Fiji ao longo das últimas décadas e preservadas em coleções museológicas. Essa estratégia permitiu determinar o grau de vulnerabilidade das formigas nativas e introduzidas aos efeitos da atividade humana no arquipélago.

Segundo Evan Economo, um dos autores do estudo, “pode ser difícil estimar mudanças históricas nas populações de insetos, porque, com poucas exceções, não monitoramos diretamente essas populações ao longo do tempo (…) Os genomas contêm evidências de se as populações estão crescendo ou diminuindo, permitindo-nos reconstruir mudanças em toda a comunidade“.

Genômica comunitária

Por meio da chamada abordagem de “genômica comunitária”, a pesquisa revelou que 79% das espécies nativas de formigas em Fiji estão em processo de extinção. Os primeiros indícios desse declínio começaram há cerca de 3 mil anos, coincidindo com a chegada dos humanos às ilhas. Nas últimas três centenas de anos, esse fenômeno se intensificou, possivelmente devido à globalização e suas consequências na região, como perda de habitat e poluição associada à agricultura moderna.

Em contrapartida, as espécies introduzidas recentemente nas ilhas demonstram crescimento populacional. Esse contraste pode ser atribuído ao isolamento geográfico das Fiji, que torna as formigas nativas especialmente vulneráveis às extinções provocadas pela perturbação ambiental.

Economo observa que “ilhas oceânicas remotas como Galápagos, Havaí e Fiji abrigam espécies que evoluíram isoladamente e frequentemente apresentam diferenças espetaculares em relação aos seus parentes do continente.”

Ainda que seja complexo elaborar uma visão histórica sobre espécies tão isoladas quanto as formigas de Fiji, esse trabalho é fundamental para esforços de conservação em ecossistemas com biodiversidade única. Os resultados da pesquisa não apenas forneceram insights valiosos sobre os efeitos da ação humana nas ilhas Fiji, mas também podem servir como indicadores para tendências globais relacionadas ao declínio das populações de insetos.

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