Lobos-terríveis 'desextintos' em laboratório não são o que parecem: "Impossível"

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O anúncio da Colossal Biosciences de que havia trazido de volta o extinto lobo-terrível (Aenocyon dirus) causou alvoroço internacional no início de abril. No entanto, a empolgação deu lugar à cautela científica. Os animais apresentados pelo laboratório norte-americano não passam de lobos-cinzentos (Canis lupus) com cerca de 20 modificações genéticas.
Em entrevista à 'New Scientist' nesta quinta-feira, 22, a cientista-chefe do projeto, Beth Shapiro, admitiu nesta semana que "é impossível trazer de volta algo idêntico a uma espécie que já existiu", esclarecendo que a empresa nunca afirmou oficialmente ter realizado a "desextinção".
Apesar disso, o material promocional da empresa e postagens nas redes sociais se referiram repetidamente aos filhotes como "lobos-terríveis", o que gerou críticas da comunidade científica.
O Grupo de Especialistas em Canídeos da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) chegou a emitir uma declaração formal dizendo que os animais criados não são, de fato, representantes da espécie extinta.
"Impossível"
Além disso, segundo a 'Revista Galileu', não há evidências de que os filhotes — nomeados Romulus, Remus e Khaleesi — sequer se pareçam com os lobos-terríveis pré-históricos, que provavelmente tinham pelagem avermelhada, diferente da cor branca observada nos exemplares atuais.
Mesmo diante das críticas, a Colossal Biosciences manteve seu discurso, dizendo que usa o nome "lobo-terrível" de forma coloquial, com base em semelhanças morfológicas. "Por mais transformadora e inovadora que seja a ciência desenvolvida, ela está longe de reverter a extinção", afirmou o biólogo Jonathan Grenyer, ecoando o consenso científico: o verdadeiro retorno de espécies extintas permanece, por ora, no campo da ficção científica.


