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Maior área de desova de tartarugas em todo o mundo é encontrada na Amazônia
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Maior área de desova de tartarugas em todo o mundo é encontrada na Amazônia

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Aventuras Na História
18/07/2025 13h52
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16563992/original/open-uri20250718-35-1k8ey9f?1752849909
©Divulgação/Universidade da Flórida
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Um novo estudo revelou a maior área de desova conhecida da tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa), uma espécie ameaçada de extinção. Publicada na revista científica Journal of Applied Ecology, a pesquisa utilizou drones para rastrear mais de 41 mil tartarugas ao longo do Rio Guaporé, na região da Amazônia que faz fronteira entre Brasil e Bolívia.

A tartaruga-da-amazônia é encontrada em águas doces do Brasil, Colômbia e Bolívia. Sociável e de grande porte, a espécie pode atingir até 89 centímetros de comprimento e pesar cerca de 59 quilos. Sua dieta é variada e inclui folhas, sementes, frutas, caranguejos, camarões e peixes.

Apesar de sua importância ecológica, a espécie enfrenta sérias ameaças, como a destruição de habitats, a poluição, a construção de represas e a caça ilegal, sendo que tanto sua carne quanto seus ovos são comercializados.

Segundo o portal Galileu, todos os anos, entre julho e agosto, milhares de fêmeas se reúnem nas margens arenosas do Rio Guaporé para desovar. Em 2024, uma equipe da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, deu início a um mapeamento sistemático da população utilizando drones equipados com câmeras de alta resolução.

Após a captação das imagens aéreas, os pesquisadores criaram ortomosaicos — composições digitais formadas pela junção de centenas de fotografias sobrepostas, que permitem uma visão detalhada da área.

"Descrevemos uma nova maneira de monitorar populações animais com mais eficiência", afirmou o ecologista Ismael Brack, coautor do estudo. "E ,embora o método seja usado para contar tartarugas, ele também pode ser aplicado a outras espécies", disse ele.

Um desafio

Apesar das vantagens do uso de drones, como maior rapidez e menor interferência no comportamento dos animais, os ortomosaicos não consideram o deslocamento dos indivíduos, o que pode levar a contagens duplicadas. Para corrigir essa falha, a equipe desenvolveu um modelo estatístico de alta precisão.

Os pesquisadores marcaram os cascos de 1.187 tartarugas com tinta branca não tóxica e monitoraram a área com quatro voos diários durante 12 dias consecutivos. Cada drone registrava cerca de 1.500 imagens por voo, resultando em aproximadamente 6.000 fotos por dia. As imagens foram analisadas para identificar os animais marcados e observar seus comportamentos, como permanência ou movimentação dentro da área.

A partir dessas análises, os cientistas criaram modelos de probabilidade capazes de estimar quantas tartarugas estavam efetivamente presentes, quantas vezes entravam e saíam da área e a chance de um animal marcado ser novamente registrado.

Inicialmente, sem considerar o deslocamento ou as marcações, a contagem indicava cerca de 79 mil tartarugas. Já a contagem em solo apontava apenas 16 mil indivíduos. No entanto, após a aplicação do novo método, a estimativa chegou a aproximadamente 41 mil tartarugas.

"Esses números variam muito, e isso é um problema para os conservacionistas", explicou Brack. "Se os cientistas não conseguirem estabelecer uma contagem precisa dos indivíduos de uma espécie, como saberão se a população está em declínio ou se os esforços para protegê-la estão sendo bem-sucedidos?"

Com os resultados promissores, a equipe planeja aprimorar os métodos de monitoramento, aumentar a cobertura com drones no Rio Guaporé e expandir os estudos para outras regiões da América do Sul, como Colômbia, Peru e Venezuela.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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