Restos de cavaleiro medieval são encontrados sob antiga sorveteria
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Uma equipe de arqueólogos fez uma descoberta significativa em Gdańsk, Polônia, ao localizar os restos mortais de um cavaleiro medieval enterrado sob as fundações de uma antiga sorveteria.
As escavações no local, que se encontra no histórico distrito de Śródmieście, tiveram início em 2023 e revelaram uma lápide medieval ornamentada com a figura esculpida de um cavaleiro.
De acordo com um comunicado divulgado pela empresa polonesa de arqueologia ArcheoScan à CNN, a lápide foi removida em julho e, por trás dela, estava um esqueleto completo de um homem adulto, datado entre os séculos 13 e 14.
À CNN, a arqueóloga Sylwia Kurzyńska, diretora da ArcheoScan, descreveu a descoberta como "de significado excepcional" e uma das mais importantes na arqueologia polonesa nos últimos anos.
Sobre o achado
A laje funerária é composta de calcário proveniente da ilha de Gotland, material altamente valorizado durante a Idade Média. O relevo retrata um cavaleiro em armadura de cota de malha e perneiras, empunhando uma espada e segurando um escudo. Com cerca de 150 centímetros de comprimento, a lápide preserva detalhes notáveis da escultura, mesmo apresentando alguns danos.
Kurzyńska ressaltou que "a lápide está notavelmente bem conservada", considerando o fato de ter sido esculpida em um calcário macio e permanecer enterrada por séculos. A representação do cavaleiro erguendo sua espada é interpretada como um símbolo de autoridade e status elevado na sociedade medieval.
Essa descoberta se distingue da maioria das obras funerárias do final da Idade Média, que frequentemente apresentavam apenas inscrições ou cruzes cristãs. Segundo Kurzyńska, "apenas uma fração das lápides incluía representações dos falecidos; muitas vezes eram gravações simples em lajes planas utilizadas no chão das igrejas".
Outro ponto notável é que tanto a arte quanto o contexto arqueológico foram preservados no local. Após a remoção da lápide, os especialistas encontraram o esqueleto de um homem que media entre 1,70 metro e 1,80 metro — altura consideravelmente superior à média da época medieval. Os ossos estavam dispostos naturalmente, confirmando que a lápide marcava o local original do sepultamento.
A análise inicial indica "excelente preservação" dos restos. Embora não tenham sido encontrados objetos funerários associados ao túmulo, as evidências sugerem que o indivíduo era uma pessoa de alta posição social — provavelmente um cavaleiro ou comandante respeitado.
A sepultura faz parte de um cemitério com aproximadamente 300 enterros ligado à igreja mais antiga conhecida em Gdańsk, construída em carvalho datado de 1140. Este local serviu como um importante espaço de poder e fé durante o período medieval.
Kurzyńska enfatizou que "este foi um espaço simbólico e estratégico na história de Gdańsk", acrescentando que a descoberta oferece uma fonte inestimável para compreender a vida e as práticas funerárias da elite militar local nos séculos XIII e XIV.
Atualmente, os especialistas estão envolvidos em uma análise detalhada da lápide e dos restos mortais. A laje está sendo limpa e estabilizada para posterior documentação e digitalização em 3D.
O esqueleto será submetido a análises antropológicas e genéticas para elucidar mais sobre a vida do cavaleiro, incluindo uma possível reconstrução facial baseada no crânio encontrado.
