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Neandertais tinham preferências distintas ao preparar refeições, diz estudo
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Neandertais tinham preferências distintas ao preparar refeições, diz estudo

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Aventuras Na História
17/07/2025 12h47
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Arqueólogos que estudam ossos de animais encontrados em duas cavernas no norte de Israel em que neandertais se abrigavam durante o inverno descobriram, recentemente, que possivelmente até mesmo nossos antigos "primos" pré-históricos tinham preferências distintas ao preparar refeições.

A partir das análises, os pesquisadores descobriram que diferentes grupos de neandertais que viveram na mesma época chegaram a se alimentar dos mesmos animais; porém, eles os massacravam e preparavam de maneiras diferentes.

"Isso significa que, dentro de toda a população neandertal, há vários grupos distintos que têm maneiras distintas de fazer as coisas, até mesmo atividades tão relacionadas à sobrevivência", explica a principal autora do estudo, Anaëlle Jallon, da Universidade Hebraica de Jerusalém, no artigo.

Para desenvolver o novo artigo, publicado no periódico Frontiers in Environmental Archaeology, Jallon e sua equipe estudaram marcas de corte encontradas em fragmentos de ossos antigos. Vale destacar que, apesar das diferenças de técnicas, ambos os grupos usavam ferramentas semelhantes, à base de sílex.

Esses ossos, conforme repercute o The Guardian, foram encontrados em duas cavernas localizadas ao norte de Israel, que ficam a cerca de 70 quilômetros de distância entre si. Da primeira delas, a caverna Amud, foram estudadas marcas de corte em 249 fragmentos ósseos de entre 70.000 e 50.000 anos atrás; enquanto da segunda, a caverna Kebara, foram estudados 95 fragmentos de entre 60.000 e 50.000 anos atrás.

Técnicas distintas

Com a análise dos fragmentos, que foram recuperados das cavernas na década de 1990, os pesquisadores confirmaram descobertas anteriores de que, na caverna Amud, eram mais comuns amostras queimadas e fragmentadas; e que ambos os grupos tinham uma dieta semelhante, compartilhando animais como gazelas da montanha e gamos.

Além disso, também foi descoberto que ossos de animais maiores, como auroques, eram mais comuns na caverna de Kebara. Porém, Jallon destaca que as amostras deste local eram mais fáceis de identificar, o que indica que os neandertais de Amud podem ter abatido os animais em outro lugar, antes de levá-los para lá.

Mas o que mais chamou atenção foi que, após uma análise mais detalhada das marcas de corte em 43 e 34 amostras — das cavernas Amud e Kebara, respectivamente —, foram encontradas uma série de diferenças entre as duas localidades. Essas variações se relacionavam ao tipo de animal ou parte do corpo sendo preparado, mas isso ainda não é suficiente para explicar todas as diferenças.

"Mesmo quando comparamos apenas as gazelas, e apenas os ossos longos das gazelas, encontramos uma densidade maior de marcas de corte nos [ossos de] Amud, com mais marcas de corte que se cruzam, [e] menos marcas de corte que são linhas retas, mas mais [curvas]", destaca Jallon.

Por isso, a equipe sugere que diferentes grupos de neandertais poderiam ter, também, diferentes técnicas de abate, além de envolverem um número diferente de indivíduos ao abater uma carcaça, ou até mesmo preparavam a carne em diferentes estados de decomposição.

Ou são as preferências alimentares que levam a diferentes maneiras de preparar a carne e depois cortá-la, ou apenas diferenças na maneira como aprendem a cortar a carne", segundo a pesquisadora.

Por fim, o dr. Matt Pope, do University College London e que não estava envolvido no estudo, disse ao The Guardian que os novos resultados complementam pesquisas anteriores que já indicavam que diferentes grupos de neandertais tinham também diferenças entre si, desde a forma como faziam ferramentas ao preparo das refeições.

"Não se trata apenas de marcas de corte sendo estudadas, são gestos e movimentos do próprio povo neandertal, tão evocativos para nós quanto pegadas ou marcas de mãos na parede de uma caverna", explica Pope. "Pesquisas futuras ajudarão a discernir entre as alternativas [explicações para as variações], mas o estudo, tal como está, é um poderoso lembrete de que não existe uma cultura neandertal monolítica e que a população continha vários grupos em diferentes épocas e lugares, vivendo na mesma paisagem, com modos de vida talvez bastante diferentes".

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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