Novo estudo indica existência de nono planeta no Sistema Solar

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Em 1930, astrônomos de todo o mundo se surpreenderam com a descoberta do que seria o nono planeta do Sistema Solar, Plutão; porém, em 2006 ele foi reclassificado como planeta anão, após uma revisão da definição oficial de planeta. No entanto, os esforços na busca por um "Planeta Nove" nunca deixaram de existir, e podem finalmente estar rendendo frutos.
Isso porque um agrupamento incomum de pequenos corpos no Cinturão de Kuiper, uma região repleta de objetos nos confins do Sistema Solar, levantou novamente a teoria da existência de um nono planeta. Conforme repercute a CNN Brasil, ainda não há qualquer evidência observacional direta do chamado P9, o que seria difícil mesmo caso sua exitência fosse confirmada, visto que estaria muito além de Netuno, em uma região onde a radiação solar mal é refletida.
Ainda assim, o estudo recente, publicado na revista Publications of the Astronomical Society of Australia, buscou candidatos para o P9 utilizando levantamentos de céu inteiro no infravermelho distante, a partir dos telescópios espaciais IRAS, da NASA, e AKARI, do Japão.
O estudo, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Nacional Tsing Hua, em Taiwan, sugere que um corpo celeste do tamanho de Netuno — cuja massa é 17 vezes maior que a da Terra — pode orbitar o Sol a entre 75 bilhões e 105 bilhões de quilômetros, completando uma volta a cada 10 mil a 20 mil anos.
Buscando planetas com massa entre 7 a 17 vezes a da Terra, os autores do novo estudo encontraram 13 pares promissores. E entre eles, um candidato em específico se destacou, aparecendo inclusive em um levantamento anterior de 1983, da NASA, mas que desapareceu de sua posição em 2006, em uma leitura do satélite AKARI. Isso, por sua vez, pode sugerir que ele possui um movimento orbital.
Caso o nono planeta de nosso Sistema Solar seja confirmado, esse objeto poderia se categorizar como um gigante gelado — tal como Urano e Netuno —, além de indiscutivelmente ser um planeta, ao contrário de Plutão, por limpar sua própria órbita de outros corpos, além de manter objetos celestes menores alinhados através de sua gravidade.
Estando tão distante do Sol, o suposto planeta pode possuir temperaturas entre -223°C e -218°C, com uma atmosfera espessa de gás e gelo e refletindo pouca luz solar. Por isso, sua detecção por telescópios tradicionais também é mais dificultada, em especial os que operam na luz visível.
Próximas etapas?
Embora os astrônomos estejam otimistas com as descobertas, os autores do estudo reconhecem que somente as detecções AKARI e IRAS ainda não são suficientes para caracterizar que o candidato a P9 possua uma órbita completa. Para isso, ainda são necessárias mais imagens do objeto ao longo do tempo, para que se confirme que ele realmente orbita o Sol.
Agora, as equipes de pesquisa pretendem reexaminar a região celeste deste objeto, a fim de, possivelmente, determinar se ele possui uma trajetória planetária ou se é apenas mais um fenômeno cósmico. Para o próximo monitoramento, a identificação de um padrão consistente poderia finalmente confirmar a existência de um nono planeta no Sistema Solar, o que explicaria vários fenômenos ainda não compreendidos completamente, relacionados à formação do Sistema Solar.
Além disso, a descoberta também seria importante para mudar a forma como exoplanetas são buscados em torno de outras estrelas, visto que, com um planeta tão distante do Sol, poderia se considerar a existência de outros gigantes ocultos em regiões escuras do espaço, que poderiam ser mais comuns do que imaginamos.


