Pesquisadores decifram árvore genealógica de Leonardo da Vinci

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Leonardo da Vinci, um dos maiores gênios da história, é amplamente reconhecido por suas obras de arte icônicas e pelos notáveis avanços científicos que deixou como legado. Agora, uma nova pesquisa lança luz sobre a fascinante história de sua família.
Conforme repercurte o Daily Mail, um livro a ser lançado nesta quinta-feira, 22, revela detalhes sobre a genealogia do polímata renascentista, traçando sua linhagem familiar até o ano de 1331, pouco antes da peste bubônica atingir a Itália. A árvore genealógica abrange 21 gerações e mais de 400 membros da família da Vinci, originária da região da Toscana, no centro do país.
Quebra-cabeça genético
O livro, intitulado "Genìa Da Vinci. Genealogia e Genética para o DNA de Leonardo", foi escrito por Alessandro Vezzosi e Agnese Sabato, e é descrito pelos autores como uma das mais avançadas investigações histórico-genéticas já realizadas.
Leonardo da Vinci faleceu em 2 de maio de 1519, aos 67 anos, possivelmente em decorrência de um derrame — embora a causa exata da morte nunca tenha sido confirmada.
Para Vezzosi, reconstruir a genealogia do artista é um passo importante rumo a estudos sobre seu DNA, o que pode oferecer novas pistas sobre sua saúde, capacidades cognitivas e até os eventos que cercaram seus últimos dias.
Nosso objetivo é permitir a pesquisa científica sobre o DNA de Leonardo", explica Vezzosi ao Mail. "Com isso, esperamos compreender melhor sua acuidade visual, criatividade e possíveis aspectos biológicos relacionados à sua genialidade."
O trabalho identificou 15 descendentes vivos da linhagem masculina de Leonardo, a partir de seu pai, Ser Piero da Vinci, e de seu meio-irmão, Domenico Benedetto. Ser Piero era um respeitado notário florentino, enquanto a mãe do pintor, Caterina, era uma jovem camponesa — e possivelmente uma escrava oriunda do Cáucaso, na Europa Oriental.
Registros apontam que Caterina foi empregada de um rico banqueiro chamado Vanni di Niccolò, e teria fugido com Ser Piero por volta de 1449. Leonardo nasceu em Anchiano, um vilarejo próximo a Florença, como filho ilegítimo. Seus pais nunca se casaram e acabaram formando famílias separadas após seu nascimento.
O avô paterno de Leonardo, Antonio da Vinci, era um fazendeiro e comerciante que atuava entre a Catalunha e o Marrocos. Em uma declaração de imposto feita em 1457, Antonio listava Leonardo como filho ilegítimo de seu filho Piero com Caterina.
A linhagem familiar remonta a Michele da Vinci, nascido em 1331 e considerado o fundador da família. Ele teria adotado o sobrenome com base na cidade de Vinci, onde seus descendentes nasceram.
Leonardo, que nunca teve filhos e é amplamente considerado homossexual pelos estudiosos, tinha cerca de 22 meio-irmãos — resultado dos múltiplos casamentos de seu pai. Um deles, Domenico, nascido de Ser Piero e Margherita Giulli, foi fundamental para a continuidade da linhagem.

O livro também aponta que há um túmulo da família Da Vinci na Igreja de Santa Croce, em Vinci, atualmente em processo de escavação. É possível que ali estejam os restos mortais do avô de Leonardo, Antonio, de seu tio Francesco e de outros meio-irmãos como Antonio, Pandolfo e Giovanni.
Além disso, os autores identificaram sete antigas propriedades da família Da Vinci, incluindo duas que pertenceram ao próprio Leonardo — herdadas de seu tio Francesco, mas envolvidas em disputas legais com seus meio-irmãos.
Entre os descendentes mais recentes está Tommaso Gaspero Maria, que viveu no século 19 (1820–1887). Hoje, a família Vinci — que abandonou o “da” do sobrenome original — ainda conta com descendentes vivos.
Eles incluem crianças, agricultores, trabalhadores de escritório, um estofador, um vendedor de porcelana e até um artista, mantendo viva a herança de um dos maiores nomes da história.


