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Proteínas de fósseis com milhões de anos revelam novidades sobre o passado evolutivo
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Proteínas de fósseis com milhões de anos revelam novidades sobre o passado evolutivo

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Aventuras Na História
12/07/2025 12h20
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©Getty Images
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Pesquisadores deram um passo significativo na reconstrução do passado evolutivo ao extrair proteínas de fósseis com até 24 milhões de anos, ampliando de forma inédita os horizontes da paleoproteômica — o estudo de proteínas antigas. 

Os fragmentos foram retirados de dentes fossilizados de rinocerontes, elefantes e hipopótamos extintos, encontrados tanto em regiões frias do Ártico canadense quanto no calor escaldante do Quênia.

A nova pesquisa, publicada em estudos complementares na revista Nature, mostra que as proteínas podem sobreviver por dezenas de milhões de anos, muito além do limite atual do DNA fóssil, estimado em cerca de dois milhões de anos.

“As proteínas são blocos fundamentais dos organismos vivos, e preservam informações evolutivas essenciais”, explicou à CNN Daniel Green, biólogo evolutivo de Harvard e autor principal do estudo queniano.

Esses projetos complementares demonstram que é possível encontrar proteínas preservadas em fósseis antigos em qualquer parte do mundo", complementa.

Procedimento

Os cientistas conseguiram sequenciar proteínas extraídas de dentes de cinco espécies de grandes mamíferos que viveram entre 1,5 e 18 milhões de anos atrás na região de Turkana, no Quênia. 

Em paralelo, uma equipe detectou fragmentos de proteína em um dente de rinoceronte fossilizado encontrado na Cratera de Haughton, em Nunavut, no extremo norte do Canadá. Esse espécime, com idade estimada entre 21 e 24 milhões de anos, ajudou a posicionar a espécie na árvore genealógica dos rinocerontes modernos.

As descobertas reforçam o potencial das proteínas como fonte de dados moleculares para estudar espécies extintas, incluindo hominíneos — nossos ancestrais evolutivos. 

Segundo conta à rede Timothy Cleland, coautor do estudo e pesquisador do Instituto de Conservação do Museu Smithsonian, a Bacia de Turkana, onde parte dos fósseis foi encontrada, já revelou importantes vestígios de hominíneos, e os resultados recentes são promissores para futuras análises do proteoma dentário humano antigo.

Ryan Sinclair Paterson, autor principal do estudo canadense e pesquisador na Universidade de Copenhague, destaca à CNN que proteínas e DNA contêm informações biológicas, mas as primeiras tendem a ser mais resistentes à degradação: “Isso nos permite explorar linhagens extintas para as quais o material genético já não sobrevive.”

Os pesquisadores focaram na análise de peptídeos, fragmentos formados por aminoácidos que compõem as proteínas. Essas moléculas estavam preservadas no esmalte dentário — uma estrutura extremamente resistente composta por hidroxiapatita mineral e protegida pelas próprias proteínas que mediaram sua formação.

A expectativa, segundo Green, é que o avanço em técnicas de extração e detecção possa, no futuro, permitir a identificação de proteínas ainda mais antigas, potencialmente até da era dos dinossauros, encerrada há 66 milhões de anos.

“À medida que os fósseis envelhecem, a quantidade de proteína detectável diminui. Mas isso não significa que seja impossível encontrá-las. A tecnologia ainda pode nos levar muito mais longe”, conclui.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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