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Terra registra dias mais curtos: O que isso significa?
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Terra registra dias mais curtos: O que isso significa?

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Aventuras Na História
22/07/2025 16h54
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©Getty Images
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No dia 10 de julho de 2023, a Terra experimentou o dia mais curto do ano, com uma duração de 1,36 milissegundos inferior a 24 horas, conforme informações do Serviço Internacional de Rotação e Sistemas de Referência da Terra e do Observatório Naval dos EUA, compiladas pelo site timeanddate.com.

Este fenômeno de dias encurtados tem atraído a atenção de cientistas e especialistas em cronometragem. O aumento na velocidade de rotação da Terra foi observado durante este verão, levando à expectativa de que outros dias igualmente curtos ocorrerão em 22 de julho e 5 de agosto, com durações reduzidas em 1,34 e 1,25 milissegundos, respectivamente.

Normalmente, um dia é considerado como o tempo que o planeta leva para realizar uma rotação completa sobre seu eixo, ou seja, 86.400 segundos. Entretanto, essa duração pode variar ligeiramente devido a fatores como a influência gravitacional da Lua, mudanças sazonais na atmosfera e as dinâmicas do núcleo líquido da Terra. Essas variações são tão sutis que não impactam diretamente a vida cotidiana.

Contudo, especialistas alertam que essas discrepâncias temporais podem ter consequências a longo prazo para sistemas tecnológicos como computadores e satélites. Por esse motivo, cada desvio de tempo é rigorosamente monitorado por relógios atômicos, cuja utilização começou em 1955. A preocupação é tal que alguns pesquisadores já levantaram questões sobre um possível cenário similar ao problema do Y2K.

Os relógios atômicos funcionam contando as oscilações dos átomos em câmaras de vácuo para garantir uma medição precisa do tempo. O resultado dessas medições é conhecido como Tempo Universal Coordenado (UTC), que serve como padrão global para a contagem do tempo.

A rotação da Terra é também acompanhada por astrônomos através de satélites que analisam a posição do planeta em relação às estrelas fixas. Essa tecnologia permite detectar diferenças entre o tempo calculado pelos relógios atômicos e o tempo real da rotação terrestre. Em julho do ano passado, especificamente no dia 5, foi registrado o dia mais curto desde o início das medições atômicas, com uma diferença de 1,66 milissegundos.

Tendências

Duncan Agnew, professor emérito de geofísica no Instituto Scripps de Oceanografia, destaca que desde 1972 a Terra tem apresentado uma tendência para dias ligeiramente mais curtos. No entanto, ele ressalta que existem flutuações naturais nesse padrão.

Em resposta às variações na rotação da Terra ao longo das décadas, foram introduzidos segundos bissextos ao UTC para corrigir discrepâncias. Desde 1972, foram adicionados um total de 27 segundos bissextos; no entanto, essa frequência diminuiu nos últimos anos. Recentemente, a Conferência Geral de Pesos e Medidas decidiu suspender os segundos bissextos até 2035.

Segundo a CNN, a possibilidade de um segundo bissexto negativo surge como uma nova preocupação à medida que os dias se encurtam. Agnew sugere que a chance disso ocorrer até 2035 é de aproximadamente 40%.

As mudanças na rotação da Terra estão associadas a diversos fatores. Agnew explica que a gravidade da Lua e as marés influenciam a velocidade da rotação. Além disso, durante o verão, o planeta tende a girar mais rapidamente devido à desaceleração atmosférica resultante das correntes de ar sazonais.

Um fator adicional que afeta essa dinâmica é o derretimento das camadas de gelo na Antártida e na Groenlândia. Este fenômeno está contribuindo para uma desaceleração geral na rotação terrestre ao redistribuir massas hídricas nos oceanos. O estudo liderado por Benedikt Soja demonstra que se essa tendência continuar até o final deste século sob cenários pessimistas de emissão de gases estufa, as mudanças climáticas podem superar os efeitos da gravidade lunar na rotação da Terra.

Embora o comportamento recente da rotação terrestre possa ser considerado dentro dos limites normais da variabilidade natural, cientistas alertam sobre as implicações tecnológicas e operacionais potenciais relacionadas aos sistemas dependentes do tempo preciso.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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