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Viagens espaciais afetam os músculos dos astronautas, segundo novo estudo
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Viagens espaciais afetam os músculos dos astronautas, segundo novo estudo

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Aventuras Na História
07/07/2025 16h27
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16556694/original/open-uri20250707-35-g1ic9j?1751906106
©Getty Images
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Não só os humanos, mas todas as espécies de plantas e animais que conhecemos hoje passaram por milhões de anos de adaptações para se tornarem no que são hoje, se adequando às diferentes condições de temperatura, clima e, até mesmo, à gravidade terrestre. E segundo um novo estudo, astronautas que passam muito tempo sob gravidade zero podem acabar enfrentando problemas de saúde.

Segundo a Revista Galileu, quando estão em locais como a Estação Espacial Internacional (ISS), astronautas vivem como se estivessem em constante estado de queda livre, sob gravidade zero. Com isso, eles acabam precisando usar muito menos força em seus músculos para sustentar o próprio corpo, se movimentar ou fazer tarefas diárias.

Embora isso pareça positivo a primeiro momento, a longo prazo isso pode desencadear inclusive sintomas de sarcopenia. Essa doença, típica de pessoas mais velhas, provoca perdas de massa e força na musculatura esquelética, de forma que passar muito tempo sem pressão da gravidade pode desencadear consequências sérias aos astronautas.

Pensando nisso, pesquisadores da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, se debruçaram sobre a questão, examinando amostras de microtecido muscular de dois grupos de pessoas. Em um deles, estão pessoas relativamente jovens e ativas, enquanto os outros são mais velhos, com estilos de vida mais sedentários. As amostras foram enviadas à ISS como parte da missão SpaceX CRS-25, e já foram reanalisadas.

Astronautas operando sob gravidade zero na ISS / Crédito: Getty Images

Inicialmente, os pesquisadores repararam que os tecidos musculares do grupo mais jovem pareciam duas vezes mais fortes que os mais velhos. Porém, ao retornarem do espaço, ambos os casos estavam similarmente fragilizados.

Conforme descrito em estudo com os resultados, publicado na revista Stem Cell Reports, a microgravidade alterou o conteúdo proteico das amostras musculares, diminuindo os níveis no grupo mais jovem, e alterando a expressão gênica sobre como a força de relaciona às inflamações, à disfunção mitocondrial e ao estresse celular em ambos.

Vale reforçar que manter a massa muscular é crucial para o funcionamento de qualquer organismo, visto que ela impacta diretamente em funções como a mobilidade, a metabolização da glicose, o bombeamento sanguíneo e a manutenção do sistema cardiovascular e saúde cognitiva.

Porém, quando uma pessoa vai ficando mais velha, é natural a perda de músculos, visto que o processo de construção e estímulo fica mais difícil de se construir e manter. Em casos mais graves, a sarcopenia pode inclusive levar à incapacidade e lesões por quedas, sendo fortemente relacionada a uma qualidade de vida mais baixa e ao aumento da mortalidade.

Estímulos elétricos

No estudo, os pesquisadores também testaram o potencial de estímulos elétricos no tratamento para essas condições da microgravidade. Estudos anteriores já haviam associado essa técnica a uma atenuação dos efeitos do enfraquecimento muscular, de acordo com o estudo.

Para isso, as amostras que foram ao espaço receberam pequenos choques e, como já era esperado, o recurso se mostrou capaz de prevenir e até mesmo reverter algumas das alterações genéticas nos músculos. "Ao usar os pulsos elétricos para acionar contrações musculares em tempo real no espaço, pudemos simular exercícios e observar como eles ajudam a proteger contra o enfraquecimento muscular na gravidade zero", explica em comunicado Siobhan Malany, uma das responsáveis pelo projeto.

Esse avanço tecnológico oferece uma visão de como podemos preservar a saúde muscular durante missões espaciais de longa duração, além de combater a perda muscular relacionada à idade na Terra", complementa Malany.

Por fim, o novo estudo demonstra como o declínio muscular pode ser percebido até mesmo após períodos curtos no espaço. Com isso, os resultados abrem caminho para novas pesquisas de acompanhamento sobre as causas e possíveis tratamentos para a sarcopenia, tanto devido ao envelhecimento, quanto às viagens espaciais em astronautas.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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