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Cientista confirma que lobo-terrível 'revivido' é apenas lobo-cinzento; entenda
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Cientista confirma que lobo-terrível 'revivido' é apenas lobo-cinzento; entenda

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Tecmundo
23/05/2025 19h15
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16531178/original/open-uri20250523-18-17gy0c7?1748029306
©Colossal Biosciences
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No início de abril de 2025, pesquisadores da empresa Colossal Biosciences anunciaram que teriam conseguido "reviver" o lobo-terrível , uma espécie extinta há mais de dez mil anos. Na ocasião, diversos cientistas e portais de divulgação científica criticaram o estudo, afirmando que seria improvável "reviver" esse animal extinto.

Apesar da informação incorreta, muitos sites divulgaram a notícia como se os lobos gigantes extintos tivessem realmente sido revividos. A maioria dos críticos da Colossal Biosciences afirmou que, provavelmente, o experimento se tratava apenas de clones de lobos-cinzentos com alguns genes modificados.

Em uma nova mensagem, a cientista-chefe da companhia, Beth Shapiro, confirmou que o lobo-terrível realmente não foi revivido. Em entrevista ao site New Scientist, ela explicou que é impossível trazer de volta um animal extinto de forma completamente idêntica ao que era em seu habitat natural — essa espécie foi extinta há mais de dez mil anos.

A pesquisadora confirmou que os animais mencionados no comunicado da Colossal são, de fato, lobos-cinzentos que passaram por 20 modificações genéticas. Ela também explicou que eles foram chamados de lobos-terríveis de forma coloquial, e não porque realmente sejam esses animais.

“Não é possível trazer de volta algo idêntico a uma espécie que costumava existir. Nossos animais são lobos cinzentos com 20 edições clonadas. E dissemos isso desde o início. Coloquialmente, eles os chamam de lobos terríveis e isso deixa as pessoas furiosas”, disse Shapiro na entrevista.

Em uma publicação recente no X (antigo Twitter), a companhia afirma que tem o objetivo de proteger e preservar a biodiversidade da Terra por meio do desenvolvimento de tecnologias genéticas que ampliem as chances de conservação.

Veja no Twitter
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Response to the IUCN SSC Canid Specialist Group: The Dire Wolf and Its Implications for Conservation pic.twitter.com/ThGhOEp5xV

April 22, 2025

Lobo cinzento e lobo-terrível

Na época do primeiro comunicado, os cientistas afirmaram que se os animais ‘se parecem com o lobo-terrível, então eles são lobos-terríveis’. Contudo, ainda há um debate na comunidade científica sobre a verdadeira aparência desse animal.

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Os lobos geneticamente modificados foram nomeados de Romulus, Remus e Khaleesi. (Fonte: Colossal Biosciences)

Enquanto algumas evidências indicam que ele tinha pelagem branca, como mostraram as fotos divulgadas dos lobos “revividos”, outras apontam que sua cor poderia ser avermelhada.

Apesar de Shapiro afirmar que a Colossal Biosciences deixou claro que os animais são lobos-cinzentos geneticamente modificados, na época das críticas a empresa publicou um comunicado com outra posição. Nele, a companhia afirmava que mantinha a decisão de chamar os espécimes de lobos pré-históricos, em referência ao extinto lobo-terrível.

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Alguns especialistas afirmam que dessas 20 mudanças genéticas, apenas 15 estão relacionadas às características do lobo-terrível, também chamado de lobo pré-histórico (Fonte: Colossal Biosciences).

“Então eles nos dizem, mas são apenas lobos cinzentos com 20 edições. Mas a questão é que dissemos isso desde o início. São lobos cinzentos com 20 edições”, disse Shapiro em referência as críticas.

Em mensagem à New Scientist, o cientista Richard Grenyer, da Universidade de Oxford, explicou que a nova declaração da cientista-chefe da Colossal é bem diferente do que a empresa havia afirmado anteriormente. O estudioso diz que eles comunicaram ter trazido o lobo-terrível de volta à vida, mas que isso não condiz com a verdade.

“Acho que há uma séria inconsistência entre o conteúdo da declaração e as ações e o material publicitário – incluindo o conteúdo padrão do site, não apenas a coletiva de imprensa sobre o lobo terrível – da empresa”, disse Grenyer.

O uso de técnicas avançadas em genética e paleontologia tem revelado detalhes surpreendentes sobre espécies extintas e preservadas ao longo do tempo. Quer saber mais? Entenda como um lobo mumificado de 44 mil anos encontrado no permafrost da Sibéria pode conter bactérias vivas . Até a próxima!

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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