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Síndrome de Estocolmo: Conheça o caso real que inspirou o termo
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Síndrome de Estocolmo: Conheça o caso real que inspirou o termo

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Aventuras Na História
21/01/2024 20h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16004790/original/open-uri20240121-17-uay2lx?1705867413
©Divulgação / Smith Global Media
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Você já imaginou que, em um dia qualquer, pode se preparar para resolver tarefas mensais, como ir ao mercado ou ao banco e pode, de repente, entrar para a história? Foi isso que aconteceu com a personagem Bianca no filme ‘Estocolmo’, de 2018, que será exibido pela TV Globo no Domingo Maior hoje, 21.

Bianca trabalhava em um banco localizado em Estocolmo, na Suécia, no ano de 1973 e tudo ocorria completamente bem e normal, até a entrada de Lars no local. Lars, vivido por Ethan Hawke, entrou no banco para cometer um grande crime e acabou fazendo todos os clientes de reféns.

O criminoso exigia a libertação do seu parceiro de crime que havia sido preso recentemente, entretanto, no meio das negociações com as autoridades, acabou desenvolvendo laços com Bianca (Noomi Rapace), que o ajudou a encontrar uma maneira de escapar do banco, mas com uma condição intrigante: que ela o acompanhasse.

O que nem todos sabem é que a história do filme não é apenas ficção, mas sim adaptada de um caso real. Conheça a história real que inspirou o filme ‘Estocolmo’, e que também foi a base de pesquisa para profissionais da psicologia para criarem o termo “síndrome de Estocolmo”.

História real

Em 23 de agosto de 1973, Jan-Erik Olsson entrou em uma agência bancária no centro de Estocolmo, armado com uma submetralhadora e sob o efeito de entorpecentes. O assalto se transformou em uma tomada de reféns que durou seis dias, resultando em um fenômeno psicológico que ganharia fama mundial: a síndrome de Estocolmo.

Este conceito, definido como a atitude favorável ou atração desenvolvida por pessoas sequestradas por seus captores, teve origem no evento dramático.

Reféns reais do assalto que ocorreu em Estocolmo em 1973 - Crédito: Reprodução / Dtnext

O protagonista do assalto, Olsson, fez quatro funcionários do banco reféns, usando dois deles como escudos humanos e ameaçando matá-los. O caso atraiu a atenção da mídia, e as demandas de Olsson incluíam 3 milhões de coroas suecas e a presença de Clark Olofsson, um famoso ladrão de banco sueco, na agência. O governo concordou com as exigências para acalmar o sequestrador.

A história tomou um rumo intrigante quando os reféns começaram a desenvolver uma ligação peculiar com seus captores. Kristin Enmark, uma das reféns, passou a ver Olofsson como herói, acreditando em sua promessa de protegê-la. Durante as negociações com as autoridades, surpreendeu ao defender os sequestradores, de acordo com o portal O Globo.

"Depois, eu pensei muitas vezes na situação absurda em que estávamos", relembra a refém Kristin Enmark, que tinha 23 anos no incidente. Ela lembrou isso no seu livro "I Became the Stockholm Syndrome" (“Eu me tornei a Síndrome de Estocolmo”, em tradução livre).

Síndrome de Estocolmo

Bertil Ericsson, 73, repórter fotográfico que trabalhou na cobertura da crise, disse em entrevista à AFP que “quando Clark Olofsson chegou, ele assumiu o controle da situação, foi ele quem conversou com a polícia. Ele tinha muito carisma e falava bem”.

Cena do filme 'Estocolmo', inspirado em caso real - Crédito: Divulgação / Smith Global Media

A crise chegou ao fim no sexto dia, com a polícia invadindo a agência. Olsson e Olofsson se renderam, e os reféns foram libertos. O psiquiatra Nils Bejerot, que participou das negociações, criou o termo "síndrome de Estocolmo" para descrever o vínculo desenvolvido pelos reféns com seus sequestradores, ainda que tenha sido refutado por muitos de seus colegas de profissão.

O psiquiatra e pesquisador Christoffer Rahm, autor do artigo "Síndrome de Estocolmo: diagnóstico psiquiátrico ou mito urbano?", destacou a RFI que não é nem 'um diagnóstico psiquiátrico'. 

Diferentes definições

Cecilia Åse, professora de Estudos de Gênero, destaca a dimensão de gênero na interpretação das declarações das mulheres durante o sequestro, muitas vezes sexualizadas pelas autoridades.

A síndrome de Estocolmo, segundo ela, é um conceito construído e utilizado para explicar o comportamento dos reféns quando as autoridades não cumprem o dever de proteger os reféns.

Kristin Enmark, anos depois, desmitificou os rumores de um relacionamento com Olofsson durante o sequestro, enfatizando que sua ligação com ele era uma questão de sobrevivência. O relacionamento entre eles começou anos depois.

Os personagens Lars e Bianca em filme 'Estocolmo' - Crédito: Divulgação / Smith Global Media

Já o psiquiatra Christoffer Rahm defende que a síndrome de Estocolmo é um mecanismo de defesa que ajuda a vítima a sobreviver em situações de extrema pressão, proporcionando uma forma de aceitação da situação para reduzir o estresse. Esta reação psicológica permite aliviar a vergonha e a culpa que a vítima pode sentir.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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