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A curiosa relação entre Chico Xavier e Tarsila do Amaral
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A curiosa relação entre Chico Xavier e Tarsila do Amaral

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Aventuras Na História
11/05/2025 14h00
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©Reprodução/Vídeo/YouTube / Getty Images
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Um dos maiores nomes da história da arte do Brasil, Tarsila do Amaral é conhecida especialmente por seu estilo antropofágico. Em outras palavras, ela absorvia influências europeias, aquelas mais valorizadas pelo mundo como arte, mas as adaptava com uma paleta de cores brasileira, tornando suas telas em obras únicas e incontestavelmente abrasileiradas. Uma de suas obras mais famosas é o 'Abaporu'.

Sua influência para o cenário artístico brasileiro foi tamanha que ela era parte do chamado "Grupo dos Cinco", ao lado de outros ícones da arte moderna de nosso país — Anita Malfatti, Menotti Del Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade, este último que, inclusive, se casou com Tarsila em 1926.

Da esquerda para a direita: Pagu, Elsia Lessa, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Eugênia Álvaro Moreyra em época posterior à Semana da Arte Moderna de 1922 / Crédito: Domínio Público

Vida amorosa

Porém, o casamento não durou tanto, chegando ao fim em 1929. Posteriormente, a artista chegou a se casar novamente — não apenas uma vez —, mas nunca recuperou a felicidade no amor. Conforme conta a historiadora Mary Del Priore, autora do livro 'Tarsila - Uma vida doce-amarga', ao Metrópoles, ela era "mal-vista" como uma "solteirona".

"Tarsila se separou do primeiro marido muito jovem. Foi um casamento arranjado com um primo, que fugiu com outra mulher. Naquela época, não havia divórcio e a anulação do casamento demorava anos para sair. Não havia espaço para uma mulher separada na sociedade paulistana nos anos 1920. Ela estava fora dessa caixa e era vista como uma solteirona", conta Del Priore. Ao todo, Tarsila se casou quatro vezes, e foi lamentavelmente abandonada por todos os seus parceiros.

Amizade com Chico Xavier

Em seus últimos anos, vivia sozinha, após um período de duras perdas em sua vida, como o movimento das pernas após um erro médico durante uma cirurgia na coluna, da neta, Beatriz, uma campeã de natação que se afogou enquanto tentava salvar uma amiga que se afogava, e sua única filha, Dulce, fruto do primeiro casamento, para a diabetes.

Foi nesse período turbulento que ela acabou se aproximando do espiritismo, onde encontrou conforto, e inclusive teve a oportunidade de conhecer o médium Chico Xavier pessoalmente. Eles passaram a trocar correspondências com frequência, com ela possivelmente buscando apoio espiritual para lidar com tantas perdas e com a solidão.

Continuo melhorando com as suas orações. Desde julho de 65, estou tratando minha recuperação (que é lenta), depois de uma operação na coluna. Tenho feito grande progresso", escreveu Tarsila em uma das carta de 1967, exposta na casa em que o médium viveu em Uberaba.
Chico Xavier durante entrevista / Crédito: Divulgação/TV Tupi

No livro, Mary Del Priore também relata que Tarsila do Amaral chegou a ser recebida em Uberaba, Minas Gerais, por Chico Xavier, e as pinturas que ela produziu nessa época carregavam, inclusive, uma forte temática religiosa.

Além disso, a artista também passou a aderir à caridade, doando dinheiro da venda de seus quadros a uma instituição que pertencia ao médium. E, inclusive, algumas consultas com o espírita mineiro eram pagar com quadros.

Após a morte de Tarsila, aos 87 anos, em 17 de janeiro de 1973, Chico Xavier prestou homenagens a ela publicamente, exaltando em fala o talento e a personalidade da amiga.


Tarsila do Amaral e Chico Xavier

Uma das maiores artistas brasileiras, Tarsila do Amaral teve, apesar da fama, uma vida marcada por muitas perdas. Se casou quatro vezes, e foi abandonada por seus parceiros em todas as ocasiões; e, próximo ao fim de sua vida, ainda lidou com a perda do movimento das pernas, da única filha e da única neta. No fim, encontrou consolo no espiritismo, e nutriu amizade com o médium Chico Xavier, até o fim de sua vida, em 1973.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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