Por que os Mamonas Assassinas são tão populares até hoje?

Aventuras Na História






“O Mamonas tá preso à memória afetiva das pessoas”, afirma Jorge Santana, CEO da marca Mamonas Assassinas, em entrevista ao Aventuras na História. E essa frase resume boa parte do fascínio que o Brasil ainda tem pela banda que, em apenas sete meses de sucesso meteórico entre 1995 e 1996, se tornou um fenômeno cultural impossível de esquecer.
De acordo com Santana, quando se fala em Mamonas, “as pessoas param e daqui um pouco trazem o riso. Isso faz com que a gente perceba que o Mamonas te leva pra um momento muito legal, um momento onde as coisas eram mais leves, onde as coisas eram mais permitidas”.
O talento pelo riso
Para muitos fãs, as músicas irreverentes e o humor escrachado remetem a uma época em que o país saía de crises econômicas e respirava uma leveza cultural após a redemocratização — período em que a criatividade florescia em programas de auditório e na música popular.
A combinação de ritmos como rock, forró, pagode e heavy metal, somada a letras que misturavam humor adolescente com crítica social, conquistou diferentes gerações.

A graça ingênua dos integrantes também aproximava a banda do público infantil e adolescente, ajudando a espalhar o sucesso por lares de todo o país.
Legado audiovisual
Essa força do carisma também se manifesta no sucesso de novos projetos que mantêm vivo o legado do grupo. Jorge Santana relembra que, ao produzir o musical sobre a banda em 2016, “o riso e a reverência deles eram muito presentes nos shows”.
A peça percorreu várias capitais brasileiras com sessões esgotadas, comprovando que o interesse pelos Mamonas não ficou restrito aos anos 1990.
Mais recentemente, o filme Mamonas Assassinas - O Filme (2023) trouxe a trajetória dos garotos de Guarulhos de volta às telas e, segundo dados da Comscore publicados pela Variety, levou mais de 600 mil pessoas aos cinemas brasileiros, uma marca rara para produções nacionais nos últimos anos. Vale destacar que o longa foi recentemente adicionado ao catálogo da Netflix.

Em movimento
Para Santana, a boa recepção do longa motivou a produção de uma série que será exibida pela Record em breve: “Tudo que a gente não conseguiu contar, no espaço pequeno do filme, vamos contar em 5 episódios de 45 minutos nesta série”.
Outro fator que ajuda a explicar a popularidade duradoura é a forma como os Mamonas continuam sendo transmitidos entre gerações. Segundo levantamento feito pelo Spotify, a banda tem 1,2 milhões de ouvintes mensais na plataforma.
A nostalgia coletiva em torno dos Mamonas, alimentada por eventos comemorativos, novos produtos licenciados e o próprio impacto de sua morte trágica em um acidente aéreo, criou um mito em torno da banda.
Assim, mais que hits como “Pelados em Santos” e “Robocop Gay”, os Mamonas Assassinas permanecem atuais por representarem um espírito de liberdade, irreverência e criatividade que ainda encanta e diverte quem descobre — ou redescobre — a banda.
++Confira abaixo a entrevista completa de Célia Alves (mãe de Dinho) e Jorge Santana (primo do cantor e CEO da marca Mamonas Assassinas) ao Aventuras na História!


