Vai todo mundo morrer agora?

Spoiler: vai. Ou, como diria meu pai quando falávamos em morte, “ninguém vai ficar para pedra”. Nunca entendi bem a frase e tudo bem. O fato é que os últimos dias foram esquisitos.

Creio que tudo começou quando Claudia Raia ficou inconformada em ver um cidadão, durante sua peça, com um celular em punho e fones nos ouvidos na plateia. Do palco mesmo, resolveu passar um sabão ali na hora (algo como “para de mexer nessa porcaria e presta atenção na peça”) e, depois, descobriu que o camarada é uma pessoa com deficiência, tem baixa visão e estava usando o recurso de audiodescrição, no telefone, que o próprio teatro oferecia.

Depois, ela foi se desculpar, meio que se enrolou mais ainda e a coisa toda só não desandou porque a semana foi tão complexa e corrida e o presidente do Chacarita Juniors resolveu abrir a boca. Em tempo: o rapaz da baixa visão é influenciador digital e tem uma página chamada Popcórnea.

POPCORNEAS, ICECREAMEARS

Néstor Di Pierro, presidente do Chacarita Juniors, foi analisar a campanha irregular da equipe no Argentina e fez uma balanço muito centrado. De acordo com meu espanhol de rua, o que ele disse foi o que está abaixo.

“Colocamos psicólogo para ver o que estava acontecendo com eles (jogadores). Mas agora vemos que vamos ter que colocar um INSTITUTO PSIQUIÁTRICO.

Com os jogadores, estamos conversando. Eu vou sempre aos treinos. Nós, os dirigentes, dedicamos muitas horas, muito amor, para que não lhes falte absolutamente nada. 

Eles têm todos os elementos necessários.

O que nos devolveram? NADA, absolutamente NADA. Me dói ver as pessoas saindo chorando do estádio.

Os jogadores são empregados do clube, não nos confundamos. O DNA do Chacarita não é para COVARDES.”

 

 

Aí, quando vamos querer nos inteirar mais sobre o assunto, não dá. Isso porque Bolsonaro tem uma série de problemas de saúde – ironicamente, chegando a ficar sem respirar por míseros 10 segundos –, é internado com soluços e mais um monte de coisa que a gente não deseja a quase ninguém e pinta a intrépide Birolini.

(“Quer que eu faça o quê? Não sou soluceiro!” 

Mas a verdade é que sou solucetudo. Tenho crises horríveis, às vezes – e elas só cessam por meio de vômito, cigarro ou uma melância bem geladinha. Pode ser tudo junto ou separado, dependendo do ambiente e do tipo de soluço.)

Sim, eu sei que o correto, pelo português, seria o Birolini. Mas, a partir do momento que o médico do Bolsonaro chama Birolini, eu prefiro acreditar em muitas coisas aleatórias e que na nova grafia mundial poderia ser doutore ou doutorx ou doutor@ e é biroline, no final das contas.

(Preciso terminar e enviar essa news rapidamente antes que o Bolsonaro invente mais alguma coisa e ela fique desatualizada. Segura o homem no hospital mais um pouco, Birolini. Mais meia hora de soluço, por favor. 

Sempre recordando que, de acordo com minha mãe, o Papa Pio XII morreu de soluços. E, quando ela me via nesse estado, relembrava sorrindo o motivo da óbito. Assim como, quando eu começava a comer melancia, contava que Buda bateu as cachuleta por conta de indigestão da fruta.

Anos mais tarde, pesquisei as duas informações e nunca encontrei nada a respeito. Mas o trauma tá aí – medo de comer melancia até soluçar e morrer de falência múltipla de invenções de minha mãe.)

 

Há muitos anos, o leitor número 1 desta newsletter Juliano “Koppa” Barreto tinha um blog chamado Resenha em 6 (um dos lugares que mais me diverti escrevendo esporadicamente, ao lado dos também finados 2x1 e InteriorTreta). A ideia era simples (como o nome mais ou menos indica): resenhar qualquer coisa em seis linhas ou menos.

Em tempos em que não havia smartphone, site não era responsivo e o formato de tela de computador era meio padrão, era mais fácil contabilizar as linhas. Hoje, tudo se adapta e seis linhas no PC viram 12 no smartphone.

 

De qualquer forma, comecei isso tudo porque estava me desafiando a resumir em seis linhas a notícia mais estranha da semana – enviade por minhe prime, colaborador número 1 daqui, ao lado do Slack do 33Giga.

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Resenha em Treta

Uma mulher conhecida como Índia dá entrevista revelando que foi ameaçada com uma faca em um bar por uma tal de Varoa. Nisso, surge a tal Varoa e, para provar que Índia devia estar falando a verdade, desce a bolacha em todo mundo. Na confusão, uma foge para um bar, outra é acudida por populares e o apresentador do programa Alô Juca, desesperado, exclama “Não tem um pastor para orar, não?”.

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Daria também para ficar horas tentando entender toda a confusão se a semana tivesse acabado e, com ela, os acontecimentos estranhos. Mas houve esse senhor caminhoneiro que largou a carreta em movimento, dançou um pouco enquanto ela seguia seu caminho a esmo, voltou ao volante e dirigiu como se nada houvesse acontecido (e foi parado pela polícia, injustamente, um pouco mais a frente). Parece que estava embriagado e resolveu refazer a cena final de Druk em Machados, no Agreste de Pernambuco (alerta de InteriorTreta).

Eu ainda queria falar um pouco sobre Hermeto Pascoal – como um disco dele me salvou na pandemia ou como o velório dele estava divertido e contou com a participação do Costela Cover. Também iria fazer algumas considerações a respeito da Angela Ro Ro e seu romance na base de Índia x Varoa com Zizi Possi.

Mas sinto que Birolini está quase dando alta para o Bolsomito e, em breve, essa newsletter estará ultrapassada. Sendo assim, só mais um pequeno comentário sobre um link que muitas pessoas receberam e, algumas, enviaram especialmente para “a news”.

– Se liguem: Bolo bizarro para Papa Leão 14 provoca crise de riso em âncora

– Puta merda. O padeiro é a Cecilia Giménez do Jesus de Borja!

– Não seria o boleiro?

– Não, Cecilia Giménez mesmo.

– "O que vale é a intenção"

– O bolo tá a cara do Xico Sá, isso sim.

– Esses dias, pintou um monte de aleluia aqui.

– Pelo visto, a história vai terminar com “o que vale é a intenção” também.

– Aí, uma pousou em cima de um quadro do Corinthians que eu tinha e, como eu tava com uma vassoura na mão, resolvi dar uma vassourada nela.

– O “tinha” já tá meio autoexplicativo.

– Então… A vassoura tava molhada e, na vassourada, a água borrou o quadro. Quanto mais eu esfregava, com a vassoura mesmo, mais borrava.

– A Camila entrou aqui no escritório na hora, olhou para a cena e avisou que virei a própria Cecília de Borja.

– Cecília de Bucha.

– Sem bucha. Com vassoura.

– Imagina a cena.

– Tive que jogar o quadro fora. Era isso ou mandar para um museu ou igreja na Espanha. Agora, como um quadro que tenho há uns 5 anos não seca a merda da tinta?

– Devia ter algum produto de limpeza na vassoura. Única explicação. Algum solvente.

– Eu acho que era toner de impressora mesmo e aí borra. Mas só descobri tarde demais, quando o gol do Guerrero virou uma infiltração no formato de Jesus.

– Certeza que alguém achou no lixo e revendeu caríssimo.

– CARAIO! Vacilei.

– "Jesus aparece em quadro de gol do Mundial do Corinthians"

– O Gugu revirou no caixão agorinha.

– Tentou sair na base da banheirada na tampa.

– Ele curtia, né? Era isso e entrevista falsa com o PCC.

– Jesus de infiltração ou em mancha e entrevista falsa com o PCC eram, para ele, o que transplante de coração e inserção de silicone caseiro nos peito alheio eram para o Goulart de Andrade.

– Gente! Acabei de descobrir o conceito de SORVETE CAPILAR!

– Que?

– Isso aí, na mão do Gugu ou do Goulart de Andrade, dava uns 5 programas.

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Agora, sim, finalmente, quase chegamos aos links da semana

 

Antes deles, aviso que semana que vem por motivo de viagem de VAGABUNDAGEM, não farei a news.

Fica nas mãos da Bianca Bellucci, que dará mais detalhes sobre a vida, o universo e tudo mais (spoiler: 42).

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