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Cibercondria: entenda como o excesso de pesquisas sobre saúde na internet afeta sua mente
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Cibercondria: entenda como o excesso de pesquisas sobre saúde na internet afeta sua mente

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Bons Fluidos
26/11/2025 19h56
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Um dia desses, em uma roda com amigos, surgiu o tema exames de rotina e visitas ao médico. Felizmente, todos estavam bem. O que assustou, na verdade, foi a forma como muitos descobriram o seu estado de saúde: fornecendo os resultados dos exames para o ChatGPT. Uma colega, inclusive, contou que faz isso com frequência porque fica ansiosa e não aguenta esperar o retorno com o profissional para ter notícias. O que ela talvez não saiba é que esse sentimento pode se intensificar cada vez mais com a busca por diagnósticos na internet e evoluir para um vício conhecido como cibercondria.

“O que começa como uma pesquisa inocente acaba em um mar de doenças possíveis e angústia crescente”, explicou a enfermeira e doutoranda em Saúde Pública, Bárbara Badanta Romero, em um artigo publicado no ‘The Conversation’. 

Entenda a cibercondria

De acordo com as palavras da especialista, o termo apareceu pela primeira vez em artigos jornalísticos no final dos anos 1990 e início dos anos 2000. Esse foi um período em que muito se discutia sobre os riscos da internet para a saúde física e mental. Os perigos das buscas frequentes por sintomas e o próprio vício, no entanto, só ficaram mais claros cerca de dez anos depois, quando pesquisadores apontaram que a cibercondria incentivaria o autodiagnóstico e o aumento de distúrbios emocionais.

Isso porque, conforme afirma Romero, cria-se um ciclo vicioso no qual o indivíduo se sente mal, mas continua pesquisando excessivamente. “Assim, a obsessão por verificar sintomas pode levar a pessoa a negligenciar trabalho, estudos ou relações pessoais. A vida cotidiana perde prioridade diante da busca compulsiva por informações”, ressaltou.

Já na pandemia da COVID-19, o problema se intensificou. Surgiram milhares de novos dados, muitos sem qualquer verificação, o que motivou ainda mais a consulta online. Além disso, cresceram os casos de automedicação e a descrença em tratamentos, como as vacinas, em decorrência da falta de confiança nas instituições e do aumento da cibercondria. Dessa forma, a sociedade chegou ao ponto de acreditar em chatbots, sem perceber que, a longo prazo, está se desequilibrando como um todo, principalmente no aspecto mental.

“Quando somos incapazes de identificar a credibilidade das informações online, mas desenvolvemos dependência delas, ocorre angústia psicológica, favorecendo a cibercondria”, detalhou Romero.

Como pesquisar de forma saudável?

Entretanto, na opinião da profissional, isso não significa que a internet é a inimiga, só que as pessoas devem aprender a utilizá-la. Para isso, ela recomenda iniciar com o pensamento de que é necessário questionar e refletir sobre as respostas disponíveis online. Duvide, em especial, de fórmulas milagrosas que prometem cura instantânea.

Além disso, é importante verificar se as afirmações estão baseadas em evidências científicas e fontes confiáveis, como profissionais ou instituições competentes. Averigue ainda se as informações foram atualizadas pelo menos uma vez. Por fim, também analise a razão daquele site ou conteúdo existir e desconfie se ele aparentar ter algum interesse comercial. “A cibercondria nos lembra que, na era digital, o pensamento crítico é tão necessário quanto qualquer medicamento para aprender a navegar com segurança neste oceano de informações”, reforçou a especialista.

*Leia também: Terapia por IA começa a ser proibida; entenda os riscos e benefícios da prática

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