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Consumo excessivo de carne vermelha está associado a maior risco de demência, diz estudo
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Consumo excessivo de carne vermelha está associado a maior risco de demência, diz estudo

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Bons Fluidos
01/09/2025 17h20
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Um novo estudo realizado por cientistas do Mass General Brigham, da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) sugere que o consumo elevado de carne vermelha pode estar associado a um risco maior de demência e declínio cognitivo.

A pesquisa analisou dados de milhares de pacientes entre 1980 e 2018. Como resultado, revelou que o envelhecimento cognitivo era acelerado em cerca de 1,6 anos por dose média de carne vermelha processada – levando em consideração uma porção de aproximadamente 85 gramas.

Além disso, associou-se a substituição dessa porção por frutos secos e legumes a um risco 19% menor de demência e 21% menor de declínio cognitivo auto-relatado. Os resultados estão publicados na revista Neurology.

O que dizem os especialistas

“As orientações dietéticas tendem a centrar-se na redução dos riscos de doenças crônicas, como as doenças cardíacas e a diabetes, enquanto a saúde cognitiva é menos discutida, apesar de estar associada a estas doenças”, afirmou Daniel Wang, professor assistente de nutrição em Harvard e autor correspondente do estudo. “Esperamos que os nossos resultados encorajem uma maior consideração da ligação entre a dieta e a saúde do cérebro”, acrescentou.

Apesar da robustez da metodologia, o estudo é observacional. Segundo Kevin McConway, professor emérito de estatística aplicada na The Open University, no Reino Unido, que não participou da pesquisa: “Nunca é possível ter certezas sobre o que está causando o que a partir de estudos observacionais isolados, por muito grandes e bem conduzidos que sejam”.

Limites e recomendações

O trabalho comparou taxas de demência em grupos que consumiam diferentes quantidades de carne vermelha processada, mas McConway alerta: “Estas estimativas não nos dizem diretamente o que aconteceria a um grupo de pessoas que alterasse a sua dieta para comer menos carne vermelha transformada e mais aves ou frutos secos. O efeito dessa mudança poderia ser semelhante ao das estimativas do estudo, mas poderia ser diferente”.

De acordo com o relatório da organização EAT, em parceria com a revista The Lancet, a recomendação é não ultrapassar 98 g de carne vermelha por semana. Isso se dá tanto por razões de saúde, quanto ecológicas. McConway reforça: “As recomendações alimentares existentes sobre a carne vermelha já sugerem, normalmente, a redução do seu consumo e a sua substituição por outros alimentos, embora as razões apresentadas para essa recomendação envolvam outras associações entre o consumo de carne vermelha e resultados adversos para a saúde”.

O que esperar daqui para frente

Tanto os autores do estudo quanto especialistas independentes concordam que mais pesquisas são necessárias. Dessa forma, é possível entender com precisão o impacto do consumo de carne vermelha na saúde do cérebroEnquanto isso, seguir orientações equilibradas (como reduzir a carne processada e priorizar legumes, grãos e frutos secos) pode ser uma forma preventiva de cuidar não apenas do corpo, mas também da mente.

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