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Estudo sugere que microdoses de cannabis podem prevenir e combater a demência
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Estudo sugere que microdoses de cannabis podem prevenir e combater a demência

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Bons Fluidos
28/11/2025 18h55
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Apesar de ser amplamente defendido, o uso da cannabis no tratamento de demência ainda é visto com maus olhos por grande parte da população, devido ao receio em relação aos efeitos psicoativos. Pesquisadores da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), no entanto, parecem ter encontrado uma solução para combater o preconceito e a própria doença: as microdoses.

Cannabis para prevenir e deter a demência

O estudo, publicado no periódico internacional Journal of Alzheimer’s Disease, buscou analisar os impactos de um um extrato de cannabis com baixas concentração de THC e CBD. Para isso, foram recrutados pacientes idosos com diagnóstico de Alzheimer leve, que utilizaram a substância diariamente. Ademais, os estudiosos também contaram com o auxílio de um grupo controle, medicado com placebo.

Todos os voluntários, então, passaram por uma avaliação neuropsicológica, chamada ADAS-Cog, a fim de avaliar a gravidade dos sintomas da demência. Dessa forma, após 24 semanas de tratamento, segundo a pesquisa, o primeiro grupo, que utilizou a planta, apresentou uma estabilização do declínio cognitivo. Por outro lado, o segundo demonstrou piora no quadro.

“O impacto foi modesto, mas relevante. Em pacientes com função cognitiva ainda preservada ou medianamente comprometida, talvez seja irrealista esperar grandes mudanças em poucas semanas. A real contribuição do estudo pode estar em outro ponto: ele sugere que as microdoses podem ter um papel preventivo, funcionando quase como uma suplementação que protege o cérebro do declínio associado à idade”, explicou o doutor em Farmacologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Fabricio Pamplon, em um artigo publicado no ‘The Conversation’, no qual analisa a descoberta.

Os principais desafios do tratamento

A falta de aceitação tem sido um obstáculo para o desenvolvimento e o uso de intervenções à base de cannabis. Entretanto, o especialista afirma que o surgimento de estudos como esse pode ajudar a combater o preconceito. Isso porque mostram que, com as microdoses, é possível utilizar a substância exclusivamente para cuidar da saúde, sem ocasionar efeitos psicoativos, de forma segura e benéfica.

De acordo com Pamplona, esse tratamento também contribui para o cérebro ao influenciar sistemas biológicos importantes, como a inflamação e a neuroplasticidade. Ele ressalta, contudo, que ainda são necessárias novas pesquisas, com uma amostra maior de participantes, mais tempo de análise e outros tipos de exames, para compreender plenamente o potencial da cannabis.

“Isso pode abrir portas para novas formulações com foco em prevenção, especialmente em populações mais vulneráveis, como idosos com comprometimento cognitivo leve ou histórico familiar de demência (…) Ademais, Só assim será possível responder à pergunta fundamental: cannabis pode prevenir o Alzheimer? Demos um passo importante nesse entendimento, parece que sim, mas por enquanto a pergunta fica no ar”, concluiu.

*Leia também: Falta de tempo livre afeta o cérebro e aumenta o risco de demência, revela estudo

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