Intoxicação por remédios causou a morte de Lô Borges; entenda
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A morte do cantor e compositor mineiro Lô Borges, aos 73 anos, em Belo Horizonte, trouxe luz a um problema cada vez mais comum no Brasil: a intoxicação por remédios e suas interações perigosas. O artista, internado desde 17 de outubro por causa de uma intoxicação medicamentosa, teve complicações que levaram à falência de órgãos. Esse desfecho, segundo especialistas, poderia ser evitado com mais atenção ao uso correto de remédios.
Um problema crescente no Brasil
De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 14 mil pessoas foram internadas por intoxicação medicamentosa em 2022, um aumento de 18% em relação ao ano anterior. Além disso, 1,7 milhão de brasileiros procuraram atendimento médico devido a reações adversas ou interações entre medicamentos.
Os estados com maior número de casos são São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal. Somente em São Paulo, foram registradas mais de 4 mil internações por esse motivo. Entre as principais causas estão a automedicação e o uso simultâneo de diferentes remédios, algo muito comum entre idosos e pessoas com doenças crônicas.
Quando o remédio vira veneno
A chamada interação medicamentosa acontece quando dois ou mais fármacos, quando tomados juntos, alteram o efeito um do outro. Isso reduz sua eficácia ou potencializa reações tóxicas. Essas interações podem causar desde desconfortos leves até situações graves, como insuficiência respiratória, falência renal ou parada cardíaca. Por isso, é importante destacar que toda medicação deve ter orientação médica.
Como se proteger
A prevenção é simples, mas exige atenção. Os médicos reforçam algumas regras básicas para evitar complicações:
- Não misturar medicamentos sem orientação profissional;
- Evitar o consumo de álcool durante tratamentos;
- Anotar todos os remédios em uso e informar o médico em cada consulta;
- Evitar reutilizar receitas antigas ou automedicar-se.
O corpo humano é um sistema interligado e qualquer desequilíbrio pode gerar reações em cadeia. Por isso, seguir a prescrição médica à risca e manter o médico informado sobre todos os remédios usados é essencial para que o tratamento traga benefícios, e não riscos. A morte de Lô Borges é, além de uma perda para a música brasileira, um lembrete da importância de cuidar com responsabilidade do próprio corpo e da relação com os medicamentos.
