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Por que mulheres têm mais dores de cabeça do que homens?
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Por que mulheres têm mais dores de cabeça do que homens?

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Bons Fluidos
25/11/2025 16h23
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Ela vai e volta, atrapalha o trabalho, o sono, a paciência – e, em muitos casos, atinge as mulheres com mais força. As dores de cabeça, especialmente as enxaquecas, são umas das principais causas de incapacidade no mundo e continuam sendo tratadas, muitas vezes, como “algo normal” do dia a dia. Mas a ciência mostra que não é bem assim. Entender por que elas sofrem mais, quais são os tipos de dor e como tratar é um passo importante para recuperar qualidade de vida.

A dimensão do problema: números que impressionam

A dor de cabeça é, hoje, um problema de saúde global. O maior estudo já feito sobre o tema, publicado na revista The Lancet Neurology, analisou dados de 2023 e concluiu que 2,9 bilhões de pessoas tiveram algum tipo de cefaleia naquele ano. O trabalho mostra que a prevalência global de todas as cefaleias foi de 34,6%; a cefaleia tensional atingiu 24,9% da população; e a enxaqueca, embora presente em “apenas” 14,1%, respondeu por 90% de toda a incapacidade atribuída às dores de cabeça, por causa da intensidade e duração das crises.

As mulheres são as mais afetadas: elas passam, em média, entre 9,3% e 12,7% do ano com sintomas, enquanto os homens permanecem em torno de 6,3% a 8,6%. “Ao analisarmos dados de mais de 41 mil pessoas de 18 países, observamos que as mulheres não apenas têm mais enxaqueca, mas passam muito mais tempo do ano sintomáticas do que os homens”, reforça o estudo.

Por que as mulheres têm mais dor de cabeça?

Segundo as pesquisas, as mulheres têm quase três vezes mais chance de relatar dores “muito” incômodas do que os homens quando o assunto é dor de cabeça e enxaqueca. Não é apenas impressão: há um componente biológico importante, ligado principalmente aos hormônios sexuais femininos, mas não só.

Especialistas ressaltam que fatores como estresse, sobrecarga mental, acúmulo de funções e dificuldades com o sono também entram na conta. Muitas mulheres relatam rotinas intensas, somando tarefas profissionais, sociais ou familiares, o que pode favorecer crises frequentes. Além disso, elas também costumam ter mais distúrbios de sono – e noites mal dormidas são um gatilho clássico para dor de cabeça.

O papel dos hormônios e do estrogênio

Entre as principais explicações para a maior prevalência de enxaqueca nas mulheres está a oscilação hormonal, especialmente do estrogênio. Esse hormônio, produzido em grande parte pelos ovários, tem ação no cérebro e participa de mecanismos relacionados à dor. Pesquisas mostram que, entre a puberdade e a menopausa, as enxaquecas são muito mais comuns em mulheres do que em homens. Isso porque elas estão, muitas vezes, relacionadas ao fluxo hormonal e ciclo menstrual.

Mas vale o alerta: apesar da influência do ciclo menstrual, reduzir a dor de cabeça apenas a uma causa hormonal é simplificar demais. Uma mulher que não tem predisposição genética para enxaqueca não terá crises na menstruação. O gatilho – como o ciclo menstrual, noites mal dormidas, estresse ou certos alimentos – não cria a doença. Ele apenas aciona algo que já existe no organismo.

Dor de cabeça comum ou enxaqueca: qual a diferença?

Nem toda dor de cabeça é enxaqueca. Entender as diferenças ajuda a buscar o tratamento certo.

1. Cefaleia tensional

É o tipo mais comum e costuma ser descrita como uma pressão ou aperto em toda a cabeça, às vezes como se houvesse uma faixa apertada ao redor. A dor é leve a moderada e pode durar de 30 minutos a vários dias. Em geral: não piora com atividade física leve; não vem acompanhada de náusea intensa; e não costuma causar grande sensibilidade à luz ou a sons. As mulheres também têm cerca de 1,5 vez mais chance de apresentar esse tipo de dor do que os homens, possivelmente por maior exposição ao estresse crônico.

2. Enxaqueca

Já a enxaqueca é bem mais incapacitante. O diagnóstico leva em conta três pontos principais: frequência (pelo menos cinco crises com duração de 4 a 72 horas, ao longo da vida); características da dor (em apenas um lado da cabeça, sensação de latejamento, intensidade moderada a forte e piora com atividades rotineiras, como subir escadas ou caminhar); e sintomas associados (náusea e/ou vômito, grande sensibilidade à luz e incômodo com barulhos e/ou cheiros).

Em alguns casos, a enxaqueca vem acompanhada de aura – alterações visuais (pontos de luz, manchas, linhas que se mexem) ou formigamentos que se espalham pelo corpo antes da dor. Esse tipo exige atenção redobrada por estar associado a maior risco de problemas vasculares.

Quando é hora de procurar um especialista?

Conviver com dor de cabeça frequente não é normal, nem inevitável. Alguns sinais de que está na hora de buscar ajuda:

  • Dor aparece mais de três vezes por mês durante três meses seguidos;
  • Crises ligadas ao período menstrual, com impacto importante na rotina;
  • Dor que impede atividades diárias, trabalho ou estudos;
  • Uso frequente de remédios (mais de 10 dias no mês).

Os tratamentos disponíveis hoje vão bem além de “tomar um remédio e esperar passar”. Em muitos casos, o manejo inclui: medicamentos preventivos de uso contínuo, que reduzem frequência e intensidade das crises; injeções de anticorpos monoclonais, que bloqueiam neurotransmissores envolvidos na enxaqueca; estratégias específicas para cefaleia menstrual; e ajustes de estilo de vida (sono, alimentação, hidratação, manejo do estresse).

Um convite ao cuidado

Se você convive com dor de cabeça frequente, especialmente se é mulher e já percebeu relação com o ciclo menstrual, não precisa normalizar o sofrimento. Procurar um especialista, registrar as crises e conversar sobre tratamentos preventivos pode mudar completamente sua rotina. A dor de cabeça não é “frescura”. É um sinal do corpo que merece atenção, ciência, escuta e cuidado contínuo – e, cada vez mais, a medicina oferece caminhos para que a vida volte a caber em dias com menos dor.

Leia também: “Formas de usar os óleos essenciais para aliviar a dor de cabeça”

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