Sintomas discretos podem indicar disfunções da tireoide, aponta médica
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 750 milhões de pessoas no mundo sofram com algum problema na tireoide. Entretanto, a maioria desses casos, principalmente no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, demora para ser identificado. Um dos motivos para a dificuldade no diagnóstico são os sintomas discretos de doenças como o hipertireoidismo e o hipotireoidismo. Em entrevista à ‘Caras’, a endocrinologista Lorena Amato explicou a origem dessas condições e seus sinais prévios.
Sintomas de alteração da tireoide
De acordo com a especialista, a tireoide é um glândula localizada na região anterior do pescoço, responsável por produzir os hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que regulam o metabolismo do corpo. As substâncias, quando em equilíbrio, auxiliam, por exemplo, no controle da temperatura corporal, na manutenção do peso e no ritmo cardíaco.
Por isso, até pequenas alterações podem impactar a saúde, desencadeando enfermidades crônicas. “Quando ela [tireoide] funciona menos do que deveria, nós chamamos de hipotireoidismo. A condição diminui a produção dos hormônios, e isso é percebido no corpo como uma desaceleração de todo o organismo“, explicou Amato.
Dessa forma, a condição provoca sintomas inicialmente sutis, como constipação, sonolência e ganho de peso, além de retenção de líquidos e inchaço. Já o hipertireoidismo, ocasionado pela produção excessiva de hormônios, acelera o metabolismo. Como resultado, eleva a frequência cardíaca, estimula o emagrecimento e causa agitação psicomotora, o que também leva a tremores.
Além disso, as doenças ainda se manifestam por meio da queda de cabelo, unhas quebradiças e cansaço. Esses sinais, por serem comuns a outros diagnósticos, dificultam a identificação das alterações da tireoide e, por conseguinte, atrasam o início do tratamento. A endocrinologista orienta, portanto, realizar exames de check-up com frequência e passar a investigar já após o surgimento dos primeiros incômodos.
A recomendação vale principalmente para mulheres na meia-idade e com histórico de hipotireoidismo ou hipertireoidismo na família. “Tem gente que descobre uma disfunção da tireoide sem estar com sintoma nenhum. Foi fazer exame de check-up e falou: ‘Nossa, tinha disfunção’. E tem gente que apresenta muitos sinais. Isso é uma percepção individual, mas, se há alguma sensação de cansaço, de intestino preso ou de que algo não está funcionando bem, é preciso passar por uma avaliação”, concluiu Amato.
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