5 pratos típicos de países de língua espanhola
Rota De Férias
A culinária latino-hispânica reúne alguns dos pratos mais emblemáticos do mundo, muitos deles associados a tradições que atravessam séculos e ajudam a contar a história de cada país. De Valência aos Andes, passando pelos pampas e pelos mercados mexicanos, cada receita nasceu de contextos sociais específicos e se transformou em símbolo nacional. Entender essas origens é uma forma de compreender também como cada cultura se desenvolveu.
Nas panelas compartilhadas, nas técnicas herdadas de ancestrais e nos ingredientes que cruzaram oceanos, encontram-se narrativas de migração, resistência e adaptação ao longo do tempo. São preparos que se mantiveram presentes no cotidiano e, ao mesmo tempo, alcançaram status internacional.
Pratos típicos de países de língua espanhola
Nesta seleção feita pela KNN Idiomas Brasil, destacam-se cinco pratos tradicionais da Espanha, Peru, Colômbia e Venezuela, Argentina e México que ilustram bem essa fusão entre história e sabor. Paella, ceviche, arepa, asado e taco representam modos de vida, formas de celebrar e maneiras de reunir pessoas à mesa – um retrato direto da riqueza cultural que molda a gastronomia latino-hispânica.
1. Paella (Espanha)
Paella | Divulgação
A paella é símbolo de união e celebração. Tipicamente, o prato é associado a Valência, mas abraçado por toda a Espanha. O ritual de prepará-la em grandes panelas (paelleras) aos domingos ou em festas reflete uma profunda tradição familiar e coletiva. Originalmente rústica, com arroz, vegetais e carnes de caça (pato, lebre), evoluiu no litoral para a versão Marinera (frutos do mar).
O açafrão, que lhe confere a cor dourada e o sabor único, é um reflexo direto da influência histórica dos árabes na Península Ibérica. Isso mostra como a cultura se tece através dos ingredientes.
2. Ceviche (Peru)
Ceviche | Divulgação
O ceviche, prato nacional do Peru, é a representação máxima do mestizaje (miscigenação) na gastronomia. A técnica de marinar o peixe cru tem raízes ancestrais dos povos indígenas da costa peruana, que usavam o tumbo (fruta azeda nativa).
Com a colonização, os espanhóis introduziram a cebola e o limão: substituíram o ingrediente nativo e definiram o perfil de sabor moderno. Sua evolução de refeição costeira simples a ícone da alta gastronomia contemporânea consolidou o Peru como uma potência culinária global.
3. Arepa (Colômbia e Venezuela)
Arepa | Divulgação
A arepa, essencial na dieta diária, é um alimento feito à base de milho que carrega uma forte identidade nacional, e é disputada por Colômbia e Venezuela. Sua existência remonta a milênios, é um legado das civilizações pré-colombianas, para quem o milho era um cereal sagrado e fundamental.
Equivalente ao "pão" cotidiano, sua versatilidade para ser consumida em qualquer hora do dia e com diversos recheios (queijo, carne, frango) a estabeleceu como um elemento democrático que une diferentes classes sociais e gerações.
4. Asado (Argentina)
Asado | Divulgação
Na Argentina, o asado é um ritual social, uma tradição herdada da cultura dos gaúchos dos pampas. É mais que o ato de comer carne; é uma celebração demorada da convivência.
Este método de assar a carne na brasa lentamente reflete a vida rural, onde o fogo era o centro comunitário. O asador (quem prepara) é o mestre de cerimônias deste ritual, que se mantém rústico em sua essência, mas essencialmente social, que permanece como pilar da culinária argentina moderna.
5. Taco (México)
Taco | Divulgação
O taco mexicano, com sua inigualável versatilidade de recheios, é a base da cultura de rua e familiar do país. A tortilha de milho, seu invólucro, remete diretamente ao milho, o ingrediente sagrado das civilizações pré-colombianas. A prática de usar essa massa como recipiente é ancestral.
A imensa variedade de tacos regionais (al pastor, de canasta, de guisado, etc.) reflete a vasta riqueza climática e de ingredientes do México, sendo um símbolo da democratização da comida, presente em todos os contextos, do mercado à mesa familiar.

