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A teoria da conspiração sobre o assassinato de Robert Kennedy que destruiu sua família
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A teoria da conspiração sobre o assassinato de Robert Kennedy que destruiu sua família

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Aventuras Na História
06/06/2025 13h00
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©JFK Library
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Já havia passado da meia-noite daquele 5 de junho de 1968 quando o senador Robert Francis Kennedy caminhava pelo Hotel Ambassador, em Los Angeles, com destino à sala de imprensa. 

RFK acabara de sair do salão de baile do hotel, onde discursou para seus apoiadores logo após vencer as primárias presidenciais do Partido Democrata. Robert Kennedy tinha grandes chances de chegar à Casa Branca e repetir o feito de seu irmão, John Fitzgerald Kennedy, que havia sido assassinado ainda em função apenas cinco anos antes

Mas, de repente, o palestino Sirhan Sirhan, de 24 anos, apareceu e disparou contra Robert. Cerca de 24 horas depois, o democrata estava morto. Os Estados Unidos lamentava a perda de outro líder inspirador — algo que se tornou "comum" no país naquela década. 

Robert Kennedy em discurso no Hotel Ambassador - Getty Images

O drama da Família Kennedy, porém, não pararia por aí. A morte de Robert Kennedy em 6 de junho de 1968, há exatos 57 anos, levou os familiares a se distanciarem, impulsionados pela crença de Robert Kennedy Jr. em uma teoria da conspiração que até hoje parece plausível. Afinal, quem matou RFK?

A briga familiar 

Passado quase seis décadas de mais um crime que abalou a Família Kennedy, Robert Kennedy Jr. é cada vez mais convicto de uma coisa: Sirhan Sirhan é inocente do crime. O filho de RFK crê que um segundo atirador estava envolvido no assassinato do senador em 1968.

O tópico é tão polêmico que, inclusive, serviu para dividir a ele, seus irmãos e sua mãe Ethel — quando ela ainda era viva. E assunto certamente ganhará novos capítulos, visto que Sirhan, atualmente com 81 anos, poderá ser elegível para liberdade condicional novamente no ano que vem.

Em 2021, num artigo de opinião publicado pelo San Francisco Chronicle, Kennedy Jr. falou mais sobre sua visão sobre o assassinato do pai. Em seu ponto de vista, ele disse acreditar que o segurança Thane Eugene Cesar esteve envolvido no crime. Ele nunca foi indiciado pelo caso e morreu em 2019.

Acredito que Cesar matou meu pai", escreveu. "Sirhan não é o assassino do meu pai."

Em 2012, Robert Kennedy Jr. enviou uma carta ao então procurador-geral dos EUA, Eric Holder, solicitando uma nova investigação sobre a morte de seu pai e a teoria dos dois atiradores. O documento destinado a Holder, que serviu no governo do presidente Barack Obama, veio à tona na leva de arquivos desclassificados recentemente pelo governo Trump. 

Sirhan Sirhan - Getty Images

Voltando para 2021, ajudando a entender ainda mais como o tema divide a Família Kennedy, RFK Jr. chegou a recomendar ao Conselho de Audiências de Liberdade Condicional da Califórnia que Sirhan recebesse liberdade condicional — o que seria a 16ª vez que ele enfrentaria o conselho. Mas seis de seus irmãos, liderados pela mãe, criticaram a medida.

Nossa família e nosso país sofreram uma perda indizível devido à desumanidade de um homem", disse Ethel em uma publicação de 7 de setembro de 2021 na conta do X (antigo Twitter) de sua filha Kerry Kennedy — acrescentando: "Ele não deveria ter a oportunidade de aterrorizar novamente". 

A opinião de Ethel, que faleceu em 10 de outubro de 2024, aos 96 anos, era compartilhada por seus filhos Joe, Courtney, Kerry, Chris, Max e Rory; que se opuseram à liberdade condicional de Sirhan. Já seu filho, Douglas, assim como Kennedy Jr., foram a favor.

Em 2018, Kathleen Kennedy Townsend disse ao Washington Post que seu irmão, Kennedy Jr., "apresenta um argumento convincente" sobre Sirhan não ter agido sozinho, mas não comentou sobre o assunto desde então.

As provas da teoria

Conforme repercute o NY Post, a carta de JFK Jr. enviada à Holder, em 2012, incluía um "Resumo das Provas para a Nova Investigação", de três páginas, compilado por Paul Schrade

Scharde, ex-líder trabalhista e confidente de Robert Kennedy, também era um entre os cinco feridos no tiroteio que resultou na morte do senador no Hotel Ambassador, em Los Angeles, após sua vitória nas primárias presidenciais democratas na Califórnia.

Na ocasião, Paul chegou a ser alvejado na cabeça e passou anos tentando provar a teoria de que havia dois homens envolvidos no assassinato do Democrata. 

"Paul e sua equipe de advogados de renome nacional, incluindo o ex-procurador federal Rob Bonner, acreditam firmemente que essas novas evidências são conclusivas e exigem uma nova investigação", escreveu Kennedy Jr. em sua carta a Holder. "Concordo e apoio seu pedido de uma nova investigação".

Paul Schrade - Getty Images

O pedido foi baseado em "novos testes forenses em uma fita de áudio de um jornalista gravada durante este crime e encontrada nos arquivos do FBI", corrobora Schrade em sua própria carta a Holder datada de 29 de julho de 2012.

A fita em questão teria sido examinada por um especialista em acústica. O profissional teria dito que 13 tiros foram disparados com base no áudio captado. O grande ponto, porém, é que Sirhan disparou, ao todo, oito tiros com seu revólver Ivar Johnson calibre .22 e não recarregou, explicou Schrade em sua carta a Holder.

Schrade, que morreu em 2022 aos 97 anos, também mencionou o relatório da autópsia que mostrou que RFK foi baleado pelas costas. Mas, testemunhas oculares disseram que Sirhan ficou em pé na frente do candidato.

"Tenho sido um forte defensor da libertação do Sr. Sirhan B. Sirhan desde que soube de provas que não foram apresentadas ao tribunal durante o seu julgamento", disse Kennedy Jr. em uma carta de 27 de agosto de 2021 ao Conselho de Audiências de Liberdade Condicional. 

"Após anos de investigação cuidadosa, cheguei à convicção de que a história do assassinato do meu pai não era tão clara e objetiva quanto retratada no julgamento", prosseguiu.

Embora Sirhan claramente tenha disparado tiros contra meu pai, evidências esmagadoras sugerem que esses não foram os tiros que tiraram sua vida."

Conforme descrito na autópsia feita em Robert Kennedy, Cesar "estava na posição exata para disparar os tiros". Além disso, "três testemunhas o viram sacar a arma — o que ele admitiu mais tarde — e uma delas disse que o viu disparar", escreveu Kennedy Jr. em 2021. 

"A polícia de Los Angeles nunca se preocupou em examinar a arma. Cesar, que trabalhava naquela noite em seu trabalho de alta segurança na fábrica da Lockheed, reconheceu sua aversão aos Kennedy e seus simpatizantes da miscigenação", continuou.

A traição entre os Kennedy

Sobre a noite em questão, em seus testemunhos, Sirhan tem afirmado consistentemente que não se lembra dos eventos com exatidão.

No entanto, arquivos divulgados recentemente pela Diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, revelam inúmeras notas manuscritas ameaçadoras no quarto de Sirhan em sua casa em Pasadena, Califórnia, onde ele dividia com sua mãe e três irmãos.

Minha determinação em remover RFK está se tornando uma obsessão cada vez mais inabalável", escreveu em uma delas.

Em 2021, Sirhan parecia estar prestes a conseguir sua liberdade condicional, mas a rixa entre os Kennedy sobre suam iminente libertação levou um lado a "trair" o outro, conforme fontes internas apontaram ao The Post na época. Afinal, os familiares — contrários à libertação de Sirhan — prometeram que não fariam nenhuma declaração ao conselho de liberdade condicional. 

"Na noite anterior à audiência, recebi uma carta do conselho de liberdade condicional por meio do Departamento de Polícia de Los Angeles", disse a advogada de Sirhan, Angela Berry, ao The Post em 2021. 

"Ela dizia: 'Em nome da família Kennedy, nos opomos à libertação de Sirhan'. [Kennedy Jr.] vinha se mantendo fora do caso, presumindo especificamente que sua família também se manteria fora... Entrei em contato com ele imediatamente para informá-lo do ocorrido".

Após saber disso, Kennedy Jr. passou a noite escrevendo uma carta a favor da libertação de Sirhan, mas a mensagem mal chegou à audiência, disseram fontes.

"A audiência de liberdade condicional começou às 8h30 e a carta de Robert chegou às 10h30", disse Berry. "Dizia, em parte: 'Tenho que garantir que a carta que você recebeu não é em nome de toda a família Kennedy'. Essa foi a última coisa que o oficial de audiência leu nos autos."

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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