Análise de fósseis desvenda misteriosa morte de peixes do período Jurássico

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Recentemente, um enigma da era pré-histórica foi solucionado por paleontólogos, que identificaram uma causa incomum e trágica para a morte de peixes durante o período Jurássico.
A pesquisa, publicada na revista Scientific Reports no dia 8 de maio, revela que os peixes frequentemente morriam asfixiados ao engolirem belemnites, criaturas semelhantes a lulas, que ficavam alojadas em suas gargantas. Os fósseis analisados têm cerca de 152 milhões de anos e foram encontrados nas formações calcárias de Solnhofen, na Alemanha.
A equipe de pesquisa, liderada pelos paleontólogos Martin Ebert e Martina Kölbl-Ebert da Universidade Ludwig Maximilian de Munique, observou que os fósseis apresentavam belemnites presos nas bocas e nas brânquias dos peixes. Nos espécimes examinados, o rostro rígido dos cefalópodes penetrava nas guelras, enquanto a concha interna, chamada fragmocone, permanecia na boca do peixe. Isso sugere que os peixes ingeriram um objeto grande demais para serem capazes de expeli-lo.
Segundo o portal Galileu, os peixes pertencentes ao gênero Tharsis eram microcarnívoros e se alimentavam principalmente através da sucção de pequenos organismos, como larvas e zooplâncton. Em contrapartida, os belemnites, com seu corpo alongado e braços múltiplos, habitavam águas abertas e raramente deixavam fósseis em excelente estado de conservação.
No entanto, aqueles encontrados nas bacias de Plattenkalk apresentavam uma particularidade intrigante: estavam cobertos por bivalves, indicando que esses cefalópodes já estavam mortos e flutuavam na água, servindo como abrigo e alimento para outros organismos marinhos.
Hipótese
A hipótese levantada pelos pesquisadores é que os peixes eram atraídos pelos restos orgânicos em decomposição ou pela presença de biofilmes como algas e bactérias. Ao tentar sugar o material aderido aos corpos flutuantes dos belemnites, os peixes acabavam engolindo acidentalmente o rostro aerodinâmico dos cefalópodes. Uma vez preso nas brânquias do peixe, o objeto tornava-se irrecuperável e resultava em asfixia.
Os autores do estudo comentam: "Aparentemente, esses peixes tinham o hábito de sugar restos orgânicos ou crescimento microbiano de objetos à deriva, mas quando sugavam por engano uma belemnite, o objeto se tornava irrecuperável".
A descoberta não apenas é intrigante, mas também fornece novas informações sobre os hábitos alimentares e os desafios enfrentados por espécies marinhas extintas.


