China apresenta nova bomba de grafite com potencial para causar blecautes

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Recentemente, a China revelou imagens de um novo tipo de bomba, que, conforme relatado pela mídia estatal, possui a capacidade de desativar sistemas elétricos de potenciais adversários, provocando blecautes em áreas que abrangem até 10 mil metros quadrados.
A emissora estatal CCTV divulgou uma animação detalhando o funcionamento do dispositivo. Segundo a apresentação, a arma seria capaz de afetar diretamente usinas elétricas inimigas, resultando em uma "perda total de eletricidade" em alvos específicos durante operações militares. Este ataque poderia ser realizado sem a necessidade de explosões diretas no local, através da interrupção de transformadores e outros componentes cruciais das redes elétricas.
Nas imagens exibidas, a nova arma é lançada a partir de um veículo terrestre e libera 90 submunições cilíndricas no ar. Essas munições ricocheteiam e se detonam na atmosfera, dispersando finos filamentos de carbono tratados quimicamente, projetados para provocar curtos-circuitos em infraestruturas de energia de alta tensão.
De acordo com a CCTV, o objetivo da bomba é interromper os sistemas de comando e controle do inimigo. A arma apresenta um alcance estimado em 290 quilômetros e conta com uma ogiva que pesa 490 quilos, sendo potencialmente útil em ataques direcionados a subestações militares e outras instalações elétricas estratégicas.
Embora as imagens tenham sido divulgadas, a CCTV não forneceu detalhes sobre como essa nova arma será empregada futuramente. A emissora referiu-se ao dispositivo como "um tipo misterioso de míssil de fabricação nacional". Informações disponíveis no jornal South China Morning Post indicam que ainda não há clareza sobre o estágio atual do desenvolvimento da bomba ou se ela já foi incorporada às Forças Armadas chinesas.
Segundo o UOL, a divulgação gerou especulações na mídia asiática sobre possíveis aplicações da bomba. O portal 'Asia Times' sugere que o dispositivo poderia ser utilizado como parte de uma estratégia de "cerco silencioso" a Taiwan, região que a China considera parte integrante do seu território. Nesta perspectiva, as forças chinesas poderiam desabilitar a rede elétrica taiwanesa para facilitar uma invasão em grande escala.
Nenhuma novidade
As bombas de grafite não são uma inovação recente; os Estados Unidos têm utilizado esse tipo de armamento em diversas ocasiões ao longo das últimas décadas. Em 2003, por exemplo, três mísseis Tomahawk da Marinha dos EUA lançaram variantes da bomba BLU-114/B contra o Iraque, resultando em um blecaute na cidade de Nassíria que durou trinta dias segundo informações da Human Rights Watch.
Durante o conflito no Kosovo nos anos 1990, bombas similares foram utilizadas contra a antiga Iugoslávia. Em maio de 1999, cerca de 70% do país ficou sem energia elétrica após um ataque que causou curtos-circuitos nas estações elétricas locais. A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), responsável pela operação em colaboração com as Forças Aéreas dos EUA, declarou que o corte na rede elétrica tinha como objetivo desgastar o governo local e pressioná-lo a atender às exigências internacionais.


