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Descoberta no Marrocos revela rica paisagem ritual pré-histórica esquecida
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Descoberta no Marrocos revela rica paisagem ritual pré-histórica esquecida

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Aventuras Na História
14/05/2025 19h30
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16525723/original/open-uri20250514-18-1sypq69?1747251385
©Divulgação/African Archaeological Review
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Arqueólogos trabalhando na Península de Tânger, no norte do Marrocos, revelaram um cenário pré-histórico exuberante e pouco explorado, repleto de cemitérios antigos, pinturas rupestres e monumentos de pedra que oferecem novas perspectivas sobre as práticas rituais e sociais da região entre 3000 e 500 a.C.

Segundo o 'Archaeology News', os achados, publicados na African Archaeological Review, sugerem que essa região costeira entre o Atlântico e o Mediterrâneo foi, por milênios, uma encruzilhada cultural vibrante e espiritualmente ativa.

As escavações, conduzidas pelos Projetos Arqueológicos Tahadart e Kach Kouch, resultaram na identificação de três cemitérios antigos, incluindo o primeiro sepultamento em cista datado por radiocarbono no noroeste da África, um túmulo revestido por lajes de pedra, com data estimada em cerca de 2000 a.C. Trata-se de um marco na cronologia da Idade do Bronze na região.

Além das sepulturas, mais de uma dúzia de abrigos rochosos decorados com arte rupestre foram identificados, contendo desde figuras geométricas até representações antropomórficas.

Em alguns locais, os pesquisadores encontraram marcas de taças entalhadas em padrões que sugerem um propósito simbólico ou cerimonial. A semelhança estilística entre essas imagens e aquelas do Saara e do sul da Península Ibérica sugere a existência de contatos interculturais mais amplos do que se imaginava anteriormente.

Outro destaque são os megálitos (pedras em pé com até 2,5 metros de altura) encontrados em cemitérios e locais de arte rupestre. Acredita-se que esses monumentos tenham servido tanto como marcadores territoriais quanto como símbolos espirituais, compondo uma paisagem ritual integrada.

Mudanças

Para os autores do estudo, a variedade de tipos de sepultamento junto da presença de monumentos em pontos estratégicos, aponta para mudanças sociais e o surgimento de uma territorialidade ritual entre comunidades pré-históricas.

Intrigantemente, mesmo com a disseminação das práticas de cremação no Mediterrâneo a partir do primeiro milênio a.C., os sepultamentos em cista na Península de Tânger parecem ter persistido, sugerindo uma trajetória cultural própria.

As descobertas desafiam preconceitos duradouros na arqueologia da África do Norte, que tradicionalmente negligenciou a herança pré-histórica ocidental em favor de contextos romanos ou do vale do Nilo.

"É uma triste realidade que essas paisagens funerárias e rituais pré-históricas posteriores do norte da África a oeste do Egito permaneçam entre as menos conhecidas do Mediterrâneo", afirmam os autores.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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