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O artefato perdido da Grande Pirâmide de Gizé encontrado em caixa de charuto
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O artefato perdido da Grande Pirâmide de Gizé encontrado em caixa de charuto

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Aventuras Na História
14/05/2025 20h00
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16525753/original/open-uri20250514-18-5luwle?1747253118
©Divulgação/University of Aberdeen
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No ano de 1872, três importantes artefatos históricos foram removidos da Grande Pirâmide de Gizé. A ação foi realizada por dois britânicos: o engenheiro estrutural Waynman Dixon e o médico e aventureiro James Grant, com autorização do Serviço de Antiguidades Egípcias, criado para combater o comércio ilegal de tesouros antigos.

Os itens, descobertos na chamada Câmara da Rainha, ficaram conhecidos como as "Relíquias de Dixon", que se constituíam em uma bola, um gancho e um fragmento de madeira de cedro com cerca de doze centímetros de comprimento. Este último, no entanto, acabaria por seguir um percurso peculiar.

Guardado por Grant até sua morte em 1895, o fragmento foi posteriormente doado por sua filha à Universidade de Aberdeen, na Escócia. A peça, no entanto, desapareceu pouco tempo após sua chegada à instituição. Por décadas, pesquisadores tentaram, sem sucesso, localizar o item perdido.

Fragmento perdido

A surpreendente reviravolta só veio à tona recentemente, no ano de 2020, quando Abeer Eladany, arqueóloga egípcia que já havia atuado no Museu Egípcio do Cairo, revisava coleções asiáticas nos arquivos da universidade.

Entre caixas e etiquetas antigas, Eladany se deparou com uma caixa de charutos ornamentada com a antiga bandeira do Egito. Intrigada, decidiu conferir os registros e percebeu que tinha diante de si o fragmento perdido das relíquias de Dixon.

Fragmentos de madeira / Crédito: Divulgação/University of Aberdeen

"Sou arqueóloga e trabalhei em escavações no Egito, mas nunca imaginei que seria aqui no nordeste da Escócia que encontraria algo tão importante para a herança do meu próprio país", declarou em nota oficial, de acordo com a revista Smithsonian.

Erro histórico

A fonte destaca que a madeira havia sido arquivada erroneamente em uma coleção sem relação com o Egito, ficando praticamente escondida por mais de setenta anos. Após a redescoberta, especialistas realizaram uma análise por datação de carbono, que trouxe ainda mais surpresas.

O fragmento de madeira revelou datar de entre 3341 e 3094 a.C., ao menos 500 anos antes da construção da pirâmide, ocorrida durante o reinado do faraó Khufu (2580 a 2560 a.C.).

Neil Curtis, chefe de museus e coleções especiais da universidade, comentou que, além da surpresa pela redescoberta, o resultado da datação abriu novas linhas de investigação. Uma das possibilidades é que a madeira provenha de uma árvore de vida longa, cujos anéis de crescimento indicam uma idade anterior à construção.

Outra hipótese é que os egípcios da época de Khufu tenham reutilizado madeira antiga, preservada por séculos, devido à escassez de árvores no país. Também é cogitado que o uso deliberado de um artefato antigo fosse uma tentativa de conectar simbolicamente o faraó a épocas anteriores, prática essa registrada em períodos posteriores do Egito Antigo.

As pirâmides de Gizé / Crédito: Getty Images

Interesse nas relíquias

A redescoberta reacendeu o interesse acadêmico nas Relíquias de Dixon. Enquanto a bola e o gancho estão hoje preservados no Museu Britânico, a madeira — agora corretamente identificada — volta a ocupar seu lugar na história arqueológica. Ainda não se sabe exatamente qual era seu uso, mas há indícios de que poderia ter integrado uma ferramenta de medição empregada durante a construção da pirâmide.

A revista destaca que, na época em que Dixon e Grant investigaram a Grande Pirâmide, os métodos arqueológicos eram rudimentares e, por vezes, destrutivos. Relatos indicam que, nos séculos 18 e 19, pesquisadores utilizaram até mesmo explosivos para acessar corredores e câmaras internas. Felizmente, as práticas modernas são bem diferentes.

Em 1993, uma missão robótica chegou a captar imagens de um pedaço maior da mesma madeira de cedro, escondido nas profundezas da pirâmide.

Grande Vazio

Hoje, a Grande Pirâmide, construída como túmulo de Khufu, ainda guarda muitos mistérios. A maior parte de sua estrutura é composta por calcário maciço, e apenas três câmaras internas são de fato conhecidas: a Câmara da Rainha, a Câmara do Rei e a Grande Galeria. Em 2017, uma descoberta feita com raios cósmicos revelou uma cavidade adicional, o chamado "Grande Vazio", cuja função ainda é desconhecida.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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