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Entenda como tragédia em Jonestown se tornou ponto túristico da Guiana
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Entenda como tragédia em Jonestown se tornou ponto túristico da Guiana

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Aventuras Na História
12/07/2025 15h45
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©Getty Images
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Jonestown permanece gravado na memória coletiva americana como uma das tragédias mais sombrias do século XX, onde 918 pessoas perderam suas vidas ao seguirem o líder religioso Jim Jones, em um ato de suicídio em massa.

Localizado na remota selva da Guiana, o local onde as forças armadas descobriram os corpos dos membros do Templo do Povo em 1978 está agora se transformando em uma atração turística, embora macabra. O projeto visa prestar uma homenagem solene, à semelhança de Auschwitz e dos Campos da Morte no Camboja.

Os interessados podem pagar até US$ 750 (R$ 3.800) para visitar o espaço onde a seita de Jones, composta em sua maioria por cidadãos americanos que o seguiram até a Guiana, teve seu desfecho trágico.

Sequelas

Contudo, existem sobreviventes. Embora a narrativa predominante sobre os seguidores de Jones envolva o envenenamento coletivo com uma bebida à base de cianeto (na verdade, uma versão de marca genérica chamada Flavor-Aid), pouco se fala sobre os cerca de 80 acólitos que conseguiram escapar.

Alguns tiveram sorte, como Stephan Gandhi Jones, filho de Jim Jones, que estava em um torneio de basquete no momento da tragédia. Outros conseguiram escapar sem serem vistos, fugindo para a selva ou se escondendo nos armários do acampamento.

Um grupo de cerca de 18 seguidores aceitou a oferta do congressista Leo Ryan - cuja visita ao acampamento desencadeou o suicídio em massa - para deixar o enclave religioso com ele.

Jordan Vilchez, atualmente com 67 anos e membro da Igreja do Povo desde os 12 anos até o fatídico evento, teve a sorte de estar na capital da Guiana, Georgetown, quando os suicídios em massa ocorreram.

Criei um trabalho para mim mesma, falando sobre Jonestown para a comunidade guianense. Essa tarefa era aceita pela liderança e me permitiu não passar tanto tempo em Jonestown", relatou ela ao The Post.

Ao ouvir por um rádio CB que os suicídios estavam acontecendo, Vilchez ficou horrorizada, mas não totalmente surpresa. "Havia discussões sobre um suicídio em massa", recorda ela, que perdeu duas irmãs e dois sobrinhos nas mortes forçadas.

"Em alguns círculos, havia ensaios. A narrativa era de que estávamos sendo perseguidos. Ignorávamos que o mundo estava se fechando sobre Jim. Devido ao seu narcisismo patológico, ele não iria sucumbir sozinho.

As pessoas estavam presas e emocionalmente esgotadas - eu me deixei envolver e não ia escapar. Com o passar dos anos, nos tornamos cada vez mais dependentes dele. Fomos informados de que a América se tornaria um estado policial e nossa segurança estava em fazer parte desse grupo", completou Vilchez.

A empresa guianense Wanderlust Adventures GY, responsável pelas visitas guiadas, defende sua posição. "Queremos apresentar as coisas de maneira responsável e educativa", declarou Roselyn Sewcharran, fundadora da companhia. Durante as excursões noturnas a Jonestown, discutem-se questões sociais e políticas, os perigos da fé cega e as lições aprendidas com a tragédia.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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