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Estudo Desafia Conceitos sobre a Alimentação Medieval e a Influência Cristã na Europa
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Estudo Desafia Conceitos sobre a Alimentação Medieval e a Influência Cristã na Europa

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Aventuras Na História
18/07/2025 23h10
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©Royal British Library
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Um novo estudo arqueológico está transformando a compreensão sobre a alimentação medieval e a influência do cristianismo nas práticas alimentares da Europa.

Ao contrário da crença comum de que a chegada do cristianismo levou à rejeição do consumo de carne de cavalo, uma análise de restos equinos encontrados na Hungria medieval revela que a prática de consumir carne de cavalo persistiu por séculos após a conversão do país ao cristianismo por volta do ano 1000 d.C.

A pesquisa, publicada na revista Antiquity, foi liderada pelo Professor László Bartosiewicz, da Universidade de Estocolmo, e pela Dra. Erika Gál, do Centro de Pesquisa em Humanidades HUN-REN, na Hungria.

Os cientistas examinaram mais de 500 restos de cavalos provenientes de fossas de lixo em 198 assentamentos húngaros medievais, com o objetivo de determinar a proporção dos ossos equinos nos resíduos alimentares e identificar onde e quando os cavalos eram consumidos.

Implicações

Os resultados do estudo contestam a noção predominante de que os preceitos religiosos foram o principal fator para o declínio do consumo de carne de cavalo durante a Idade Média.

Os pesquisadores observaram que, embora haja evidências documentais associando a interrupção desse consumo à ascensão do cristianismo na Europa medieval, não existiu uma proibição explícita comparável às normas alimentares religiosas no judaísmo ou no islamismo. Essa diversidade regional na condenação ao consumo de carne de cavalo é evidente em várias partes da Europa.

Enquanto alguns textos cristãos medievais descreviam o ato de comer carne de cavalo como impuro ou até satânico — frequentemente associado a grupos "bárbaros" não cristãos — não havia um banimento oficial generalizado.

As reações ao consumo de carne equina variaram conforme o local e ao longo do tempo. Na Hungria, dados arqueológicos indicam que a carne de cavalo permaneceu como parte da dieta padrão muito depois da cristianização sob o reinado de Estevão I.

Particularmente notável é o fato de que as comunidades rurais continuaram essa tradição alimentar. Em alguns assentamentos, os ossos de cavalo representavam quase um terço dos restos animais identificáveis encontrados em lixeiras, sugerindo que o consumo dessa carne persistiu até o século 13.

Os acadêmicos acreditam que a mudança significativa não foi impulsionada por pressões religiosas, mas sim pela devastadora invasão mongol entre 1241 e 1242. Esse conflito resultou em uma mortalidade estimada entre 40% e 50% da população da Hungria, destruindo efetivamente as economias agrárias e pastorais do país.

Antes abundantes, os cavalos tornaram-se escassos e passaram a ser utilizados principalmente como recursos militares e para transporte, em vez de fonte alimentar.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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