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Papa teria permitido ex-padre acusado de abuso infantil a morar em área escolar
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Papa teria permitido ex-padre acusado de abuso infantil a morar em área escolar

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Aventuras Na História
21/05/2025 14h40
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https://timnews.com.br/system/images/photos/16529777/original/open-uri20250521-56-1d7rua0?1747838927
©Arquivo pessoal / Getty Images
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James M. Ray, ex-padre da Igreja Católica acusado de molestar pelo menos 13 crianças, afirmou em entrevista ao Chicago Sun-Times que foi autorizado a viver num mosteiro agostiniano em Hyde Park, Chicago (EUA), pelo então superior provincial da ordem, Robert Francis Prevost — hoje o Papa Leão XIV.

A transferência para o mosteiro ocorreu em 2000, num momento em que ele já havia sido afastado de suas funções públicas devido às graves acusações de abuso sexual.

Com a necessidade de realocação após a demolição do local onde residia, a arquidiocese de Chicago — então sob comando do cardeal Francis George — buscava uma solução que permitisse manter o ex-padre afastado do contato com o público, mas ainda sob supervisão e com alguma estrutura de apoio institucional.

Segundo o próprio Ray, apenas a ordem dos Agostinianos respondeu ao apelo feito pelo vigário para padres da arquidiocese, que procurava alternativas de moradia em instituições religiosas que pudessem acolhê-lo sob certas condições.

A escolha do local gerou controvérsia. O mosteiro designado, o St. John Stone Friary, ficava a menos de uma quadra da escola católica St. Thomas the Apostle e ao lado de uma creche — duas instituições que, de acordo com registros da própria Igreja, não foram notificadas da presença de um clérigo acusado de pedofilia vivendo tão próximo. 

A responsabilização pela decisão vem sendo disputada. Em nota recente, o advogado Michael Airdo, que representa há anos a ordem agostiniana, procurou distanciar o então provincial Robert Prevost da alocação. De acordo com ele, a gestão direta do caso foi atribuída ao prior local, James Thompson, já falecido, que teria sido o responsável por supervisionar o ex-padre e garantir o cumprimento das restrições impostas.

Segundo a versão oficial da ordem, Prevost apenas formalizou a entrada dele como hóspede, sem envolvimento prático nas negociações ou na decisão de acolhê-lo. Ainda assim, o nome do atual papa consta como aprovador da mudança, conforme relatado por Ray com base em documentos da época.

Denúncias de abuso

Ray, que hoje vive nos subúrbios de Chicago e tem mais de 70 anos, foi ordenado em 1975 e atuou em várias paróquias da região. A lista da arquidiocese de abusadores reconhecidos indica que ele foi colocado sob “ministério limitado com restrições” já em 1990.

Só foi oficialmente removido do ministério público em 2002, após a série de reportagens do Boston Globe expor o escândalo de abusos na Igreja e levar à adoção de novas diretrizes. Apesar das evidências documentadas, Ray continua a negar a gravidade dos atos, afirmando que os “toques” foram em “um jovem adulto”, que teria mais de 20 anos.

“Fui errado, mas foi grau 1, ou meio até”, declarou. Ainda assim, documentos internos da Igreja apontam que ele abusou de diversas crianças. Ele foi laicizado oficialmente em 2012. “Senti-me abandonado pela Igreja, mas nunca por Deus. Minha fé continua firme. Vivo meu dia a dia o melhor que posso. Quando esse assunto volta, sinto uma dor no peito”, disse ao veículo. 

Ray também mencionou que não conheceu pessoalmente Prevost, mas afirmou que documentos da época indicavam sua autorização. Mesmo assim, expressou simpatia pela eleição do ex-superior como papa, dizendo que a escolha transmitia “vibrações positivas”.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do TIM NEWS, da TIM ou de suas afiliadas.
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