Poema de teor racista escrito por John Lennon vai à leilão nos EUA
Aventuras Na História
Um poema de teor racista escrito por John Lennon será leiloado no dia 30 de maio pela Julien’s Auctions, em Los Angeles (EUA). O texto, redigido em 1961 durante a temporada dos Beatles em Hamburgo, narra a história de um jovem desempregado chamado Tom, descrito como “preto e sujo”, em busca de trabalho.
O manuscrito foi inicialmente presenteado pela fotógrafa Astrid Kirchherr a um terceiro, e posteriormente adquirido por um colecionador, que agora o colocou à venda. A folha com o poema, medindo cerca de 16,5 por 21,5 cm, tem valor estimado em £15.000 (cerca de R$ 112 mil).
O poema, em parte, diz: “Era uma vez um certo Tom, um negrinho que havia perdido a mãe e procurava um emprego. ‘Talvez eu seja engraxate’, disse o negro, que era preto e sujo. Mas não — infelizmente, como o destino quis, ele não conseguiu encontrar trabalho.”
O episódio antecede em apenas um ano o início do sucesso dos Beatles, que lançaram seu primeiro single, Love Me Do, em 1962, já com a formação clássica: Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr. O estouro mundial veio com o álbum Please Please Me, lançado em março de 1963.
Artista 'contraditório'
Giles Moon, chefe da divisão musical da casa de leilões, reconhece o peso da descoberta: “John Lennon foi um artista complexo e contraditório. Seus escritos, músicas e aparições revelam suas lutas internas e sua jornada em direção a uma maior compreensão pessoal”
O lado obscuro de Lennon é amplamente conhecido. Ele admitiu ter agredido mulheres — sua ex-esposa Cynthia relatou um episódio em que levou um tapa no rosto. Também foi acusado de tratar o filho Julian com frieza, chegando a chamá-lo de “um erro nascido de uma garrafa de uísque”.
Lennon também foi flagrado zombando de pessoas com deficiência e agrediu fisicamente Bob Wooler, mestre de cerimônias do Cavern Club, após uma piada sobre sua relação com o empresário Brian Epstein. O artista foi assassinado em dezembro de 1980, por um fã obcecado, Mark Chapman, em frente ao edifício onde morava em Nova York.
