Trump usa termo antissemita durante comício nos EUA

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Ao celebrar a aprovação de seu principal projeto de lei de gastos, durante um comício realizado na última quinta-feira, 3, em Des Moines, Iowa, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump usou o termo “shylock”, considerado antissemita. A expressão causou indignação, embora o republicano tenha afirmado posteriormente que desconhecia seu caráter ofensivo para a comunidade judaica.
"Nada de imposto sobre herança, nada de ir aos bancos e tomar empréstimos, em alguns casos, de um bom banqueiro, e em outros casos de charlatões e pessoas más" disse Trump ao público no Iowa State Fairgrounds.
"Shylock", como explicou a agência de notícias AFP, é uma referência direta ao personagem judeu da peça O Mercador de Veneza, de William Shakespeare — um agiota implacável que exige uma "libra de carne" como garantia de um empréstimo não quitado. Ao longo do tempo, o nome passou a simbolizar estereótipos negativos de judeus como gananciosos.
Episódio anterior
A polêmica reviveu um episódio de 2014, quando Joe Biden, então vice-presidente, também usou o termo para criticar credores abusivos. Na ocasião, Biden se desculpou, reconhecendo o erro.
"Vemos mais uma vez o quão profundamente esse estereótipo sobre os judeus está enraizado na sociedade" comentou na época Abraham Foxman, então diretor da Liga Antidifamação.
Ao ser abordado por repórteres após retornar a Washington, Trump alegou não saber que se tratava de um termo antissemita: "Nunca ouvi isso dessa forma. O significado de Shylock é alguém que empresta dinheiro a juros altos. Você vê isso de forma diferente. Nunca ouvi isso."
O congressista democrata Daniel Goldman, de Nova York, reagiu chamando os comentários de Trump de "antissemitismo flagrante e vil". Segundo ele, o político sabe exatamente o que está fazendo".
"Qualquer pessoa que realmente se oponha ao antissemitismo o denuncia onde quer que ele ocorra — em ambos os extremos — como eu faço", escreveu Goldman em seu perfil no X.


