Delegações deixam plenário da ONU em protesto contra discurso de Benjamin Netanyahu
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Nesta sexta-feira, antes do discurso do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na Assembleia Geral da ONU, representantes de diversas delegações abandonaram o plenário em um ato de protesto. Esta ação foi um dos mais recentes passos públicos de líderes mundiais que clamam pelo fim da guerra em Gaza e pressionam pelo reconhecimento de um Estado palestino. O governo israelense já aguardava a saída das delegações, classificando-a como uma "encenação" através de seu embaixador na ONU, Danny Danon. Apesar da sala esvaziada, a galeria acima do local, destinada aos Estados-membros e seus convidados, encontrava-se cheia, sugerindo que Israel mobilizou um grupo de apoiadores, como feito no ano anterior.
Com a continuação do conflito em Gaza há quase dois anos, atores internacionais buscam pressionar por um cessar-fogo, em meio a crescentes críticas ao governo israelense por adotar uma postura linha-dura, com pouca abertura para uma solução política. Antes do início da Assembleia Geral, países como Austrália, Canadá, França, Reino Unido e Portugal reconheceram o Estado palestino. Discursos proferidos no plenário da ONU desde terça-feira mencionaram a situação em Gaza. No pronunciamento de Netanyahu, o premier afirmou que Israel precisa concluir as operações militares em Gaza contra o grupo Hamas. O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, também denunciou a ação israelense em Gaza e a expansão dos assentamentos na Cisjordânia.
Diante das críticas internacionais, inclusive de aliados europeus e países do Golfo, Israel anunciou planos de expansão dos assentamentos na Cisjordânia e a construção de um corredor separando Jerusalém Oriental do restante do território palestino. Autoridades israelenses manifestaram intenções de ocupar permanentemente a Faixa de Gaza, plano que recebeu apoio público do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Em contrapartida, o presidente francês, Emmanuel Macron, enfatizou a rejeição à anexação da Cisjordânia durante conversas com Trump e ressaltou a importância de manter a linha-vermelha estabelecida.
Netanyahu antecipou sua intenção de criticar os líderes internacionais que reconheceram o Estado Palestino em seu discurso na ONU. O premier israelense afirmou que falaria a "verdade de Israel" e denunciaria aqueles que desejam conceder um Estado aos terroristas do Hamas. Em resposta, membros de diversas delegações abandonaram a plenária antes do início do pronunciamento. Netanyahu prometeu prosseguir com a guerra contra o Hamas em Gaza e transmitiu uma mensagem em hebraico aos reféns mantidos, garantindo que não foram esquecidos.
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